domingo, 8 de abril de 2012

CANCRO

O cancro bem o senti
das suas a querer fazer
fingi que não percebi
eu preferi esconder
a certeza não a tinha
o médico não foi claro
cai numa ladainha
de algo que não é raro

Não procuro complacência
p’ra isso eu não divulgo
também não peço assistência
não sei se é o que julgo

Bem se ouve falar dela
criatura assustadora
algo ajuda ter cautela
desejar que vá embora

Mas o cancro, esse safado
com seus pezinhos de lã
depois d’estar instalado
finge que é coisa sã
e quando se dá por isso
quando as dores já se sentem
é tarde então p’ra feitiço
e consequências não mentem

Cá estou, pois, a’guardar
o final de esta praga
tinha ela de chegar
pois o estar vivo se paga
no fundo estou feliz
por só tarde ter sofrido
pois há quem sendo petiz
de tal mal ter morrido

Por isso, o menos do mal
e quem tem essa doença
acrescenta capital
à cura p’ra ser intensa
e daqui a alguns anos
que total seja a cura
e todos os seres humanos
não sofram de tal agrura

Eu, por mim, já não me salvo
por enquanto sou um alvo






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