sexta-feira, 11 de maio de 2012

IBÉRIA

TENDO, já há algum tempo, suspendido este meu blogue que, durante anos, mantive diariamente com os comentários que considerava oportunos sobre os acontecimentos que ocorriam, quer em Portugal quer mesmo fora das nossas fronteiras e que tivessem alguma interferência com o que se passava entre portas, neste altura e devido àquilo que alguns jornais chamaram de “cumplicidade” pelas mãos dadas que se verificaram entre a resolução dos problemas que a triste crise provoca na nossa Terra e as dificuldades que a Espanha enfrenta pelos mesmos motivos. E, parecendo que não, a campanha que eu lancei na Imprensa nacional e que, há mais de sessenta anos, dei o nome de “Campanha para uma aproximação económica luso-espanhola”, com um coluna com este título que saia semanalmente no antigo #Jornal do Comércio”, até que o então ministro de Salazar Correia de Oliveira, começando por mandar substituir o termo “ibérico”, por “Peninsular”, até que foi completamente proibida pela Censura a continuação dos referidos textos, pois essa defesa de uma união que se impunha para que as economias dos dois países pudessem progredir ajudando-se mutuamente a se impusessem mesmo face aos restantes países que, especialmente na Europa, teriam de levar em conta as produções saídas dos dois parceiros da Península, facilitando as nossas exportações sem que as mesmas fossem competitivas entre si, nesta altura dramática que atravessam os dois países irmãos – ainda que não sejam apenas eles, pois a tal crise alastra pelo mundo fora e tem feito os seus estragos em muitas economias, especialmente no velho Continente, valerá a pena interromper o silêncio que impus a mim próprio e tocar o sino por, ainda que tarde, mesmo assim valerá a pena bater na mesma tecla que é a da confraternização económica e social que Portugal e Espanha devem agarrar sem preconceitos e inferioridades, convencendo-se finalmente de que dois fracos unidos podem fazer o mesmo que os ditos fortes, mesmo assim têm mostrado que podem ter posição dominadora no conjunto que se chama Comunidade Europeia, como se tem visto entre a Alemanha e a França.
Pois, foi preciso o governante espanhol Mariano Rajoy ter mostrado a sua disponibilidade para se juntar a Passos Coelho numa actuação que fortificava ambos os lados da fronteira que nos separa, assinalando esse passo com a denominada XXV Cimeira Luso-Espanhola, isso depois de um interregno de três anos em que não se realizaram encontros bi-laterais tendo sido assinados oito protocolos que se espera que não passem de simples gestos de intenções, para já ter ocorrido no nosso Rossio uma demonstração em parelha de produções luso-espanholas, sendo de esperar que a inversa, numa praça madrilena, também tenha lugar, para que, mesmo com as dificuldades que se verificam actualmente – e por isso mesmo -, se escancarem as portas comerciais que têm de ser desenvolvidas com pressa e sem hesitações.
Por mim, ao reabrir este meu blogue com esta bandeira por se ter dado um passo, ainda que tímido, que, com tantos anos de atraso em relação à luta que tenho travado desde os anos em que dava os primeiros passos no jornalismo, mas já era correspondente de uma agência de jornalismo espanhola, sempre sem desfalecer e com cada vez maior convencimento de que se trata de uma atitude útil e necessária para os nossos dois países.
Aqui fica a anotação e a minha alegria por ver que se avançou alguma coisa na campanha que eu mantenho há décadas.

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