quinta-feira, 15 de setembro de 2011

UMA NO CRAVO E OUTRA NA FERRADURA

UMA
ESTIVE PARA NÃO ESCREVER hoje neste meu blogue. A repetição de assuntos ligados às dificuldades que são impostas aos portugueses para conseguirem levar as suas vidas com o mínimo de sacrifício, essas maldosas medidas que se filiam apenas no aumento de impostos e nas diminuições, por outro lado, das facilidades que existiam nas diferentes áreas que, ainda que poucas, sempre eram usufruídas pelos aos cidadãos, sobretudo no sector da saúde, quando tudo isso é o que sucede não me apetece participar na divulgação de sacrifícios que alguns jornais utilizam como motivo de encher as suas páginas.
Toda a gente esperava que os primeiros passos que daria o actual Governo, especialmente depois da má experiência seguida por Sócrates, era o de cortar rapidamente os gastos exagerados que o Estado suporta e que, sabendo-se quais são, não seriam necessários grandes investigações para pôr em pratica as actuações que se encontrariam na lista das prioridades.
Como se sabe, não foi essa, nos meses que já decorreram desde a entrada em funções do Executivo chefiado por Passos Coelho, a disposição mostrada pelos elementos governativos, tendo antes preferido actuar no lado dos impostos, pois que será a forma mais rápida de satisfazer a falta de dinheiros públicos. Mas, com essa actuação, surgiram, mesmo em estado de graça de que gozava uma governação acabada de chegar, as primeiras críticas e as oposições, especialmente por parte do Partido Socialista, têm vindo a criticar o caminho que o PSD e o CDS, ambos membros do grupo no poder, escolheram para, cumprindo o memorando da Troyka, ser mais papistas que o papa e ultrapassando mesmo os limites que foram assinados no momento oportuno.
Até quem neste momento, lá surgiu a informação de que o corte nas despesas irá ultrapassar em 2012 os 3 mil milhões de euros e que, no período que decorre entre 2011 e 2015, atingirá entre os 7% e os 10% o total das reduções em idêntica área, alegando o Executivo que o propósito é sobretudo descolarmos da Grécia. Compete, pois, aos vários ministérios cumprir o papel que lhes cabe, posto que tem de ser com a participação de cada sector que se poderá atingir o objectivo final.
Para já, os ministros da Defesa e das Finanças assumiram a posição de continuar o corte nos salários das forças armadas, o qual teve início em 2010, o que vai aumentar ainda mais a insatisfação daquele sector.
É evidente que o Executivo, ao meter a mão no bolso de cidadãos dos mais diversos sectores da vida nacional, recebe de volta o mau modo que é natural de quem v ê diminuídos os seus rendimentos, salariais e outros. Mas o que se torna fundamental é que não deixe de ser dado o devido esclarecimento ao público, posto que o silêncio por parte das autoridades respectivas é que provoca as revoltas que, em certas ocasiões, podem fomentar acções que depois são muito difíceis de acalmar, especialmente quando se torna necessário fazer intervir as mesmas forças militares e policiais.
Pelo menos uma notícia acolhedora apareceu no meio público: a de que os depósitos bancários dos portugueses se encontram seguros e de que o Banco de Portugal vai ter poderes redobrados que garantem um acompanhamento apertado das situações das diferentes instituições bancárias para que hajam surpresas idênticas à que ocorreu com o caso do BPN.
Uma no cravo e outra na ferradura é o sistema bem português que, até agora, tem dado resultado.

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