quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PEDOFILIA É COISA NOVA?

NÃO É UMA SITUAÇÃO NOVA, pois que, desde que o homem é homem, e já na antiga Grécia sucedia o horroroso crime de os mais crescidos serem tentados pelo abuso sexual de crianças, mas a verdade é que, actualmente e sobretudo de há alguns anos a esta parte, são constantes as notícias de que ocorrem mal feitorias deste tipo em Portugal, as quais mais divulgadas foram as do sabido caso da Casa Pia que, por outro lado, ainda não resultou na punição legal que se esperava, mantendo-se em suspenso o cumprimento dos anos de cadeia que os juízes atribuíram a umas tantas cabeças conhecidas que, talvez por isso, se continua a aguardar que o caso seja fechado depois do cumprimento das penas.
Recordo isto apenas para dar mostras de como se encontram várias áreas da vida democrática em Portugal, que muitas cabeças se pavoneiam em afirmar que é um regime completamente instalado e que, da parte de bastante figuras públicas, se garante que as liberdades são cumpridas com grande rigor.
Seria bom que assim fosse, mas basta passarmos uma vista de olhos pelos títulos dos diários para constatarmos, com independência, que os 37 anos ocorridos sobre a data da Revolução não foram bastantes para se produzir a alteração de fundo que todo um povo que acabava de sair de um regime ditatorial e mesmo os que nasceram já no período pós revolucionário não têm quem os ensine a praticar uma verdadeira liberdade, isto é, actuar respeitando as liberdades dos outros.
Mas, adiante. Será imprescindível que, em vez dos gabanços que se ouvem constantemente, de indivíduos que não deviam assumir tal gabarolice, pois a Grã-Bretanha que segue tal regime há mais de 300 anos, mesmo assim, com grande frequência, se verificam equívocos que resultam do não seguimento rigoroso dos princípios básicos da utilização dos direitos mas sobretudo dos deveres que regem uma autêntica Democracia.
Ao vermos as notícias que tenho defronte de mim salta-me à vista a reclamação dos muitos dos advogados que o Estado utiliza para servirem de defensores oficiosos, que, desde 2003, não recebem os seus honorários que, nesta altura, já atingem os 30 milhões de euros. Logo, se existem muitas dívidas por liquidar, pois toda a gente neste País deve a outros e se mantém em cadeia essa negação em pagar o que se deve, é do Estado que nasce o mau exemplo que, obviamente, se transmite em escala a todos os sectores da vida nacional. E assim nos mantemos a suportar uma vida que não dá mostras de se alterar para melhor.
Por isso, o Governo que está agora na berlinda determinou que as rendas das casa suba 3,19 % em 2012, apesar da Associação de Inquilinos exigir congelamento das mesmas rendas, devido, justamente, a uma altura em que não há aumentos de salários nem de pensões. Existindo cerca de 400 mil contratos de arrendamento anteriores a 1990 e deparando-se nesta altura, por via da paralisação de compra de andares devido à dificuldade de obter empréstimos bancários como sucedia, até excessivamente, no período imediatamente anterior, de repente e particularmente em Lisboa, tendo começado a ver-se os velhos escritos nas janelas, nem por isso a dificuldade em conseguir casa para viver, sobretudo os noivos que precisam, logo à partida, de um local para viverem, nem por isso se entrou num sistema facilitado. É que os preços pedidos pelos senhorios não conseguem adaptar-se às possibilidades dos interessados.
Pois é este o panorama com que se deparam os portugueses. Ultrapassado o período da facilidades, evidentemente excessivas e indevidamente utilizadas que existiam para adquirir casas, automóveis, mobiliário, férias e tudo que os bancos apregoava e facilitavam, e em que o dinheiro era o senhor absoluto da existência dos humanos e as operações bancárias, que seguiam uma actividade altamente lucrativa de obter fundos fora, pagando juros muito inferiores aos que exigiam aos nacionais, chegadas que foram as dificuldades intransponíveis da falta de emprego, com os muitos milhares de desempregados, tudo começou a ruir em cadeia. Não se paga e pronto!...
É e vidente que os detentores do poder têm uma grande dose de culpa. Porque os governantes têm a obrigação de prever o futuro, sobretudo o que está perto. E tendo consentido que os portugueses se habituassem a uma vida de fartura para a qual não tinham nessas alturas modo de manter, com isso foi parceiro dos gastos excessivos, de que, também os políticos usufruíram as respectivas regalias, mas que, nos seus casos, estando protegidos por salários elevados e por favores de amigos de partido que sempre lhes iam arranjando lugares que eram criados só para se manterem os apoios uns aos outros, perante esta situação foi o Zé povinho que acabou por pagar os seus desvarios e nesta altura se lastima por não ter sabido guardar o que gastou à tripa forra…
Será para distrair a escumalha que agora tanta divulgação se dá aos pedófilos? Então apareceram todos de repente? Trata-se de uma novidade?
Quem souber que responda.

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