terça-feira, 27 de setembro de 2011

GOVERNAR DE CABEÇA LEVANTADA

JÁ NÃO É A PRIMEIRA VEZ que me refiro a este instituto apontando a sua importância se for bem conduzido e indicando a forma de poupar dinheiro ao Estado se a sua utilidade for bem aproveitada. Infelizmente, apesar das inúmeras referências que têm saído dos meus escritos, nem no Executivo de Sócrates nem ainda neste que o substituiu foi dado o valor do seu uso. Por isso volto à carga.
Anuncia-se agora a eventual fusão do AICEP com o IAPMEI, dentro do espírito de diminuir gastos e não surgindo o que será de enorme importância e que é tirar o maior proveito da actuação de um organismo, o AICEP, que foi constituído, com a designação apenas de ICEP (o acréscimo do A não foi convenientemente explicado, mas tratou-se apenas uma forma de se pretender mostrar uma diferença do funcionamento do anterior organismo) e cuja utilidade era a de desenvolver a promoção da actividade turística no nosso País e, simultaneamente, fazer expandir os nossos produtos nos mercados estrangeiros.
Ora, em plena e eficaz serviço nunca aquele Instituto deu mostras do seu total aproveitamento. Apesar das delegações, com bastantes funcionários, que foram espalhados por diversas cidades por esse mundo, os resultados nunca se verificaram com aquela dimensão que se esperava. Mas os custos com os directores espalhados e os respectivos escritórios, esses foram bem visíveis.
Pois o que eu me fartei de chamar a atenção era para a junção daquele ICEP – até quando era ainda assim o seu nome – com outros departamentos cuja razão de existirem era a de marcar posição, comercial e outras, nos mercados que deveríamos conquistar para colocar aquilo que sempre desejámos vender, como sejam o turismo, a atracção de investimentos de fora para serem utilizados em diferentes áreas, a industrial, a agrícola e também de serviços e, também, a nossa companhia de transportes aéreos.
Ora, segundo apareceu agora uma opinião de que seria uma desgraça se se juntasse a TAP à Ibéria, como se isto constituísse uma subordinação da nossa companhia aérea à do País vizinho, quando se os destinos na nossa Península não se prestassem aos espanhóis, sendo que quem faz turismo para um lado não possa e deva ser convidado a prolongar a estadia no que se encontra ao lado, e isso com as economias nos dois vizinhos, evitando existirem escritórios e pessoal em duplicado, bastando uma união bem conduzida para a Ibéria com os benefícios que isso representaria, tal função também tinha a maior conveniência no que diz respeito às propostas para que as exportações dos dois parceiros fossem propostas em comum.
Claro que este tema dá pano para mangas, mas se analisarmos com independência os resultados conseguidos desde que o ICEP existe, anotando os gastos e os benefícios conseguidos até hoje, logo verificamos que não são famosos, quer porque a actuação dos responsáveis pela actuação de tal Instituto não constituíram o mínimo do apreço ou porque o que tínhamos para oferecer não interessava aos clientes em potência.
Ora, juntando o turismo, a companhia de a viação e as ofertas de produtos nacionais e a nossa presença continuada em todas as manifestações de propaganda de bens e serviços, assim como as buscas de investidores que possam aplicar os seus saberes e dinheiros quer em Portugal como em Espanha, isso com gastos divididos e, nesse caso com instalações espalhadas pelo mundo com uma presença até mais faustosa e que representasse abertamente o nosso valor, até o cultural e o artístico, empregando aí os nossos melhores méritos com seguiríamos, nós e os espanhóis, poderíamos impressionar os que nos julgam sem importância e marcar uma posição que não seria de pedintes mas sim de ofertantes.
Não tenho grandes esperanças de que, até mesmo o actual Governo que parece querer fazer algo de vulto no capítulo de nosso ressurgimento, dado que é muito difícil convencermo-nos de que o nosso ressurgimento, baseado bastante numa economia de meios, necessita acima de tudo de tudo fazer para que passemos de Nação sem importância e mal governada a uma zona plena de vontade de engrandecer.
Por muito difícil que isso seja, se não dermos mostras de que somos capazes nunca lá chegaremos!

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