domingo, 18 de setembro de 2011

IMPOSSÍVEL OU TALVEZ NÃO!

JÁ NÃO É APENAS UMA QUESTÃO que se coloca a Portugal. É bastante mais do que isso, se bem que interesse ao nosso País assim como a todos os que fazem, parte do Eurogrupo e que, apesar dos anos já decorridos sobre a data em que foi posta em vigor a ideia de se criar uma união entre todos os países que fazem parte deste Continente, não foi ainda concretizada na totalidade – até mesmo se encontra ainda muito longe de presenciarmos a finalização desse sonho -, posto que, como em todas as questões em que o ser humano interfere, não se encontrou uma unidade de interesses que digam respeito ao que ficou determinado no momento em que se pretendeu transformar o desejado em algo de concreto.
Parecendo, em teoria, que a ideia tinha todos os pés para poder pô-la a andar, na prática, depois, só se têm encontrado impedimentos, os quais são os culpados de a Europa forte e a puxar toda para o mesmo lado não ter ainda aparecido e de existirem já muitos desfalecimentos quanto a conseguir-se passar à prática.
É verdade que não se trata de uma actuação que se considere de fácil execução, posto que se, no capítulo da moeda única, lá se alcançou a adesão de quase todas as nações que fazem parte do grupo – se bem que, até aí, se depararam recusas, como é o caso da Grã Bretanha que, conservadora como é, só deixou que a Libra passasse a ser utilizada com centesimais, ao contrário dos anteriores shillings e pences, mas não só esse País -, no que diz respeito a criar-se uma economia toda ela regida com determinações comuns a todos os parceiros e à dificílima unidade política (esta provavelmente que nunca se alcançará, pela diversidade de regimes que existem no espaço europeu, ainda que a prática democrática seja o modelo generalizado e obrigatório), tudo isso está longe de considerar-se resolvido, o que, por via disso, se terem verificado problemas de falência do estados que enveredaram por actuações que tinham de concluir com as debilidades financeiras com que lutaram e lutam, como foi o caso, por exemplo, da Islândia e ainda é no que se refere à Grécia, para não acrescentar a Irlanda e, infelizmente, Portugal, situação esta que conhecemos melhor e cujos culpados estão há muito encontrados, pelo despesismo que originou ao recurso aos empréstimos externos, solução ou nem isso para cobrir as necessidades de cobrir as obrigações internas de cada caso que chegam ao ponto de faltar dinheiro para suportar as despesas de salários, de reformas e de outras obrigações que os governos têm de enfrentar.
O caso mais evidente é o do País onde, por ironia do destino, nasceu a Democracia, a Grécia, que tem passado pelo enxovalho de ser considerada como o máximo da incapacidade governativa para conduzir uma nação sem o recurso de ter de andar de mão estendida a solicitar aos parceiros do Continente para lhe valerem, tendo de aceitar todas as imposições que lhe são feitas. E o caso português, se não atingiu tão vergonhosa posição, mesmo assim foi obrigado a solicitar a observação e o conselho de técnicos estranhos, os quais firmaram os pontos que fazem parte de um memorando que estabelece as regras que temos de seguir se pretendemos encontrar solução para o desgoverno socratiano que nos foi deixado por um político português que ficará na História pela sua incapacidade e incompetência em tomar conta de uma governação.
Pois se já existisse dentro do grupo europeu uma determinação que impusesse regras económicas para que nunca se chegasse ao ponto de os dinheiros públicos não chegarem para suprir as necessidades primárias de cada parceiro, e em que todos os participantes dessa unidade, pondo de parte orgulhos de nacionalidade e de um patriotismo primário, seguissem normas iguais para todos e que, entre si, estabelecessem o movimento de produtos para que cada um produzisse o que os mercados necessitam, sem concorrências de preços que só dificultam a colocação dos mesmos junto dos consumidores, se essa política também contribuísse para que o desemprego nunca atingisse foros de perigosidade, posto que se verificaria a colocação de especialistas em cada nação europeia que necessitasse deles, se tudo isso já fosse uma realidade, então poder-se-ia dar graças à criação do Espaço Europeu, fosse ele formado pela constituição de uns Estados Unidos ou tivesse outro nome que suportasse as diferenças de culturas e não fosse contra as características próprias de cada um, posto que até no seio desses estados se verificam diferenças de toda a espécie (e ainda bem), desde a língua, a gastronomia, a cultura, as características de paisagem e de maneira de convivência, e nada disso se perderia com a outra união que apenas serviria para igualizar o nível de vida de todos, combatendo-se de mãos dadas as enormes diferenças que ainda hoje existem, entre os muito pobres e os muito ricos, situação esta que fomenta a inimizade entre classes e serve para abrir portas a guerras que o Homem, o subalternizado, acaba por fomentar, em parte pela inveja que é um dos defeitos mais perigosos com que lidamos a cada passo.
Eu sei que isto que acabo de redigir constitui um sonho que provavelmente nunca se realizará. Seria necessário que uma onda de compreensão e de confraternização nascesse no ser humano. Mas, por mais longínquo que esteja esse desiderato, a aspiração em se atingir tamanha ventura deverá estar sempre presente nos que governam os diversos parceiros europeus e que não se repitam as actuações que se deparam com persistência por parte de certos países quererem que têm a ambição de se situar acima dos outros. A final é a guerra dos pátios que nós por cá bem conhecemos que, ao nível do Continente europeu, provocam as desavenças tão prejudiciais a todos os milhões de habitantes que são obrigados a viver neste espaço.
Eu, pelo menos, sustento aquilo que sei que não será nunca alcançado. É uma forma de acabar o passeio pela vida com a convicção de que o impossível pode acontecer…

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