terça-feira, 13 de setembro de 2011

SEMPRE OS MESMOS!...

ESTE É UM PAÍS PEQUENO no que se refere à sua dimensão e ao número de habitantes. Mesmo que existam muitos naturais a residir por esse mundo fora, pois que essa é uma das características que nos tem marcado de emigrarmos para terras no exterior à procura de melhor vida, não deixa por esse facto de ser o nosso território parco de importância quanto à sua demografia, o que, apesar de tudo, ainda deixa que exista uma larga margem de escolha de gente que pode merecer a importância de ocupar lugares de comando.
Quer dizer, tendo passado por tais postos de responsabilidade certa gente que não provou ser possuidora de méritos que lhe garantam a continuação na vida política, o que espanta é que se assista repetidas vezes a novas entregas de lugares que acolhem sempre os mesmos, esses que saem de uma ocupação ao serviço do Estado e, logo depois ou tempos mais tarde, lhes são oferecidas outras posições de importância que se situam na área do poder, ainda que não seja propriamente com funções governativas.
A notícia surgida agora de que Pedro Santana Lopes já foi investido como presidente da Santa Casa da Misericórdia, se não escandaliza, no mínimo faz levantar a interrogação do motivo por que são sempre os mesmos nomes que andam na baila pelos cargos que vão ocupando e têm de ser classificados como prémios que outros, também bem situados, lhes facilitam.
Então, com tanta rapaziada que passou por cursos superiores e que se encontra desempregada, não haveria forma de lhe ser dada ocasião de iniciarem as suas actividades ocupando postos que andam permanentemente nas mãos dos já conhecidos e que, por terem auferido antes dos benefícios, devem dar lugar a novas cabeças?
Julgo não ser necessário acrescentar mais neste texto, dado que se trata de um tema que fará pensar muitos portugueses que se incomodam com vícios políticos que perduram por cá. E, sobretudo, tomando conhecimento de que, entre Janeiro e Julho passados, saíram do Estado 14.430 funcionários públicos, sendo que mais de 14 mil se deslocaram para a situação de reforma, com os encargos que isso representa para os cofres estatais, se tem de fazer a reflexão sobre se, entre tanta gente dispensada, não se encontrarão pessoas com capacidade académica para serem chamadas a desempenhar funções que são oferecidas aos mesmos indivíduos de sempre, mesmo aqueles que não prestaram a garantis de se tratarem de profissionais que não deixaram saudades.
Não me refiro aqui a nomes para não entrar no costume de perseguir os políticos que se afastaram, mas também não é preciso. A memória dos portugueses, por mais distraídos que sejam, sempre alcança certos pormenores e, nesses casos, alguma indignação os leve a cada vez mais desconsolo por viverem em Portugal.

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