domingo, 25 de setembro de 2011

SÓ BURACOS!...

NA VERDADE, DE HÁ ALGUM TEMPO PARA CÁ o tema que se encontra em quase a todas as notícias que se referem ao nosso País é o dos “buracos”, forma muito curiosa de apelidar os erros, voluntários ou não, que se descobrem nas contas de uma empresa, de uma região ou até de todo o País.
O da Madeira, por ser de grande dimensão e estar situado num local em que o seu “comandante” se considera o mais competente e o melhor político que terá passado por aquele arquipélago, estando sempre a acusar os outros, sobretudo o Continente, de mafiosos e de mações, este tem ocupado grande parte das notícias e os órgãos que constituem a “troyka” já têm conhecimento de tamanha forma de enganar as contas e confundir os eleitores, essa atitude tem o demérito de aumentar as dificuldades que se enfrentam em Portugal e em que o “castigo” imposto aos portugueses toma foros de verdadeiro sacrifício que vai durar uma série de anos.
No entanto, não é apenas esta falha que merece castigo que preenche a lista dos tais “buracos” que constituem surpresas que não param de aparecer. Voltou-se agora a falar do BPN, cuja nacionalização em Novembro de 2008 foi alvo de grandes protestos pois custou ao Estado qualquer coisa como 4,5 mil milhões de euros. Ao pé da dívida agora revelada de 5,8 mil milhões de euros, levantando-se a dúvida que se põe sobre a forma de liquidar, os activos que poderão cobrir os valores elevados por pagar, é certo que os mesmos existentes terão de ser sacrificados e, se não forem suficientes, serão os cofres do Estado a responder.
Concretamente, no caso do BPN ainda existe uma colecção de quadros, sobretudo do pintor espanhol Miró, cujo valor é bem maior, quase o dobro, do montante oferecido pelo banco luso- angolano BIC para ficar proprietário do estabelecimento bancário que o Estado nacionalizou. Veio agora a público o pormenor de “somenos importância” de que a colecção de 85 quadros que terão sido avaliados pela leiloeira britânica Christie’s, em Junho de 2007, numa importância superior a 81,2 milhões de euros, o que quer dizer que o activo que o referido banco falido tem de ser rigorosamente avaliado, posto que “cheira” largamente que a operação que está em vias de se realizar poderá satisfazer largamente os apetites de uns tantos fulanos que rondam a negociata, dado que se trata de uma mudança de mãos de um valioso património artístico que representa um montante total que não é fixo, dado que haverá sempre possibilidades de atribuir preços diferentes, segundo os intervenientes na operação.
Nesta época dos “buracos”, houve-os quando Oliveira e Costa foi dispensado do lugar que ocupava e cujo prejuízo global da sua actuação foi avaliado em dois milhões e meio de euros, e está agora outro à vista se for de 40 milhões de euros a mudança de mãos do BPN, do Estado para a instituição bancária luso-angolana.
O que se espera é que o departamento do Governo que tem a seu cuidado acompanhar todos os passos da referida transacção não se deixe enganar, posto que bem basta o grande prejuízo que foi encontrado com a nacionalização do BPN.
Como os referidos “buracos” com que se tropeça constantemente na vida económica, financeira e política que tem lugar no nosso País, nesta altura tão melindrosa que se atravessa não pode ninguém fazer de distraído. Seria uma vergonha…

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