sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O ESTADO GASTA DEMAIS E FAZ DÍVIDAS

ATÉ QUE ENFIM que saiu uma determinação que condiciona as dívidas praticadas pelas empresas subjugadas aos Estado a 5 milhões de euros, sendo o Tribunal de Contas que tem de dar o visto prévio, ao mesmo tempo que esta Instituição tem o poder de responsabilizar e sancionar os gestores públicos nos casos de má gestão. Vale mais tarde do que nunca, diz o povo desde sempre, mas que esta determinação, se tivesse existido antes, desde que se começou a verificar que ocorriam exageros nos compromissos assumidos com dívidas e que os responsáveis por tais actos não sofriam qualquer sanção, como se passa agora mesmo com o caso da madeira, em que Alberto João Jardim sai impune e se ri até na cara dos que, no Continente, se “atrevem” a fazer comentários ao “dono” do Arquipélago, se isso existisse desde há anos atrás, mesmo quando Cavaco Silva exerceu as funções de primeiro-ministro e foram aplaudidas as ofertas de dinheiro da Europa para acabarmos com os barcos de pesca e reduzir drasticamente o cultivo de uma riqueza que existia, se o Tribunal de Contas já pudesse actuar então não teríamos chegado a este estado de paralisação, nos mares que temos à porta e nas terras que se encontram nesta altura abandonadas do cultivo.
Tudo isto e muito mais tem de figurar nas páginas da História que contará, passo a passo, como se comportaram variados políticos que, neste momento, se escondem das verdades e clamam tarde demais pela produção nacional e pela necessidade de exportarmos e recebermos o menos possível de fora.
Vale a pena passarmos uma vista de olhos sobre os montantes em que diversas instituições ligadas à acção governamental contribuíram para as dívidas monumentais que se acumulam nos livros do Estado. A CP, por exemplo, tem um encargo por pagar de 3,32 mil milhões de euros, mas as Estradas de Portugal mostram que 2 mil milhões causaram tanto “orgulho” ao Governo que saiu antes do actual. Mas o Metro de Lisboa, a Carris, a C P, o Metro do Porto a Refer as Águas de Portugal e mesmo os Parques Escolares conseguiram atingir mais de 12 mil milhões de euros até à data em que o Tribunal de Contas tomou conhecimento da tão grave realidade.
Quando alguns economistas, tidos como mais pessimistas, avisam que nem em 2015 conseguirá Portugal libertar-se deste fardo que nos atinge a todos e que os descendentes encontrarão como prémio de terem nascido neste País, logo surgem os cheios de esperanças, ainda que não as filiem em nenhum dado concreto, de que conseguiremos dar a volta por cima – frase bem carioca -, que, com o espírito brasileiro do “deixa comigo” sempre se agarram a todo o tipo de fantasias para encherem o seu ego, e não se mostras dispostos a aceitar as realidades, sobretudo se elas são sombrias.
Se não aparecerem formas na Europa - agora tão dividida mas talvez veja necessidade imperiosas de “juntar os trapos” -, que nos ajudem a libertarmo-nos das dívidas e dos juros que não param, em cada segundo, de aumentar os valores que se devem, se isso não ocorrer tenho muita pena mas não consigo descortinar uma maneira de, pelos nossos próprios meios, equilibrarmos as contas e começarmos vida nova.
Não há ninguém que tenha mais vontade do que eu de me encontrar equivocado em relação ao futuro que nos espera. Oxalá me chamem depois todos os nomes que entenderem, se Portugal levantar a cabeça e o meu pavor em relação ao amanhã seja completamente desprovido de razão.

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