sexta-feira, 21 de outubro de 2011

AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ

DURANTE ESTES DIAS em que estive sem computador, posto que a Internet não entrava de forma nenhuma e se tornou necessário utilizar um cabo que ligasse directamente ao rooter, muitas coisas sucederem não só no nosso País como também por esse mundo.
Mas agora que, segundo parece, o problema que existia ficou resolvido, apanho o “comboio” das novidades e, sem tratar o que já é noticiário conhecido vou-me preocupar apenas com os temas que mais sobressaltam e que, de algum modo, alguma confusão causam a nós portugueses que, nesta altura, possuímos um largo fornecimento de inquietações que nos estão a dar água pela barba
O novo Governo, já com mais de 3 meses de existência, defronta-se com uma herança recebida do “socratismo” que, por mais que se queira desculpar, era situação que não ignorava, mesmo que buracos escondidos o tenha surpreendido e sirva nesta altura como causa das más notícias que nos são dadas diariamente, no que se refere a sucessivos sacrifícios que caem sobre as costas dos naturais deste que se intitula País e que se chama Portugal.
Em situações normais, um Executivo que acaba de tomar posse, com apenas um trimestre de actuação, não deve ser acusado de má gestão, posto que é forçoso conceder um mínimo de meio ano para se inteirar completamente das funções que tem de executar. Mas, o que se passa nesta altura, em que tanto se fala da crise que atravessa todo o Hemisfério e que não tem de provocar já admiração nem grande mistério, quando se verifica a mudança de um grupo político a exercer governação para outro que antes se encontrava na oposição, os erros que eventualmente tenham sido praticados pelo antecessor devem servir de escola para não serem repetidos, tendo-se já formado várias teorias que serão de imediato aplicadas até mesmo na ocasião em que seja formalizada a posse do actual.
Isto o que é desejável, se bem que, na prática e particularmente em Portugal, a nossa característica falta de prevenção não nos conduza para tal objectivo e, por isso, sempre preferimos dar os ares de apanhados pela surpresa e considerar que vamos iniciar pelo princípio.
Digo isto porque, no meu lugar de observador atento ao que ocorre, admiti que o conjunto PSD/CDS, tanto por parte do principal elemento Pedro Passos Coelho e pelo ansioso por ocupar as funções de primeiro-ministro, Paulo Portas, este sempre com o seu “eu” bem presente e a dar ares de que lhe pertence a responsabilidade de dirigir um conjunto de cabeças com os ministérios a seu cargo, afinal todos tivessem assumido os seus lugares já portadores de uma directriz que tivesse a consistência bastante para que se pudesse perceber que estava encontrada a via para que nos libertássemos da pesada carga que a referida crise nos provocou e continua a assombrar-nos.
Mas não foi isso que os portugueses pudessem contemplar, isto é, que havendo que ir cumprindo as obrigações pesadas que nos foram impostas e aceites por três grupos políticos, o anterior PS e agora os dois em funções por escolha eleitoral, sem perca de tempo surgisse também um programa que nos fornecesse a perspectiva de começar a tornar Portugal num País produtor em várias áreas, posto que não é vegetando permanentemente de empréstimos estrangeiros que conseguiremos sair da situação de devedores eternos, posto que os juros não perdoam e quando se está em dívida sucessivamente para liquidar o que se vai acumulando, não se consegue sair desse círculo vicioso e é cada vez maior o que não pára de crescer com juros sobre juros.
Isto, dito assim de forma que todos entendem e passando por cima da linguagem confusa do ministro das Finanças e de outros intervenientes que só dão mostras de preocupação de aparecer perante as câmaras televisivas com ar aparatoso de grandes sabedores, mesmo que não atinjam a compreensão dos cidadãos comuns, desta forma pode-se ficar com um mínimo de convicção de que todos entendem perfeitamente a razão dos impostos sucessivos e das anulações de grande número de regalias que existiam, pois que o Estado se encontra enormemente empobrecido e o perigo de não haver dinheiro, dentro em breve, para satisfazer obrigações primárias, como sejam até os salários de servidores administrativos e outros.
E é por isso que os governantes que já não são assim tão recentes como isso, ao mesmo tempo que prepararam o Orçamento para o ano de 2012, o qual tanta celeuma está a provocar e que, de facto, se trata de uma lista profunda de encargos que caem em cima dos portugueses, sejam eles da Metrópole ou habitantes do arquipélago da Madeira (e aqui se vê como não são castigados os tidos como responsáveis de uma má gestão no cargo que lhes foi entregue, vide Jardim), simultaneamente teria sido considerado de extraordinária importância a preparação de um esquema que tenha em vistas a diminuição sucessiva do grande desemprego que aumenta diariamente e, ao mesmo tempo, se preocupassem com a forma de aumentar a produção em todas as áreas, na agricultura, nas pescas e na indústria, para o que os passos necessários deveriam estar a ser dados sem demora e que, da minha parte e neste blogue, tenho dado várias sugestões que, se me pertencesse participar no Governo, poderiam ser anunciadas como áreas que se encontravam em estudo para serem postas em prática.
E não perdendo tempo agora a encontrar culpados, como sejam os que provocaram a baixa suicida de navios de pesca e de maquinaria para a agricultura, paralisando ambos os sectores, olhando apenas para o futuro haveria, no mínimo, argumentos para criar na população nacional um mínimo de expectativas que sempre baixariam o desconsolo agora vivente quanto à diminuição de grande dureza de valores nos bolsos dos portugueses já tão magros de recursos para o dia-a-dia.
E, ao mesmo tempo que temos de nos preocupar seriamente como que ocorre cá dentro de portas, nestes dias em que tenho estado ausente do vosso contacto há que referir aquilo que é a notícia mais recente, pois ocorreu precisamente ontem. Trata-se da morte de Kadhafi, abatido pelo povo líbio, pondo ponto final numa ditadura sangrenta que durou 42 anos e que, tal como outras que ocuparam páginas da História mundial e algumas que ainda se mantêm, são a demonstração bem nítida de que, quando um ser humano tem possibilidades de obter o comando absoluto de uma nação e que, com o apoio de forças armadas sanguinolentas e bem pagas, recolhe as mais vultosas benesses, tanto materiais como de prestígio aberrante, e não passa a pasta que lhe caiu nas mãos a mais ninguém, considerando-se até estupidamente imortal. Vale a pena deixar aqui esta nota sobre um acontecimento que deve ocupar a atenção de todos os cidadãos, mesmo que o facto se tivesse passado longe do nosso território, visto que os exemplos exteriores podem salutarmente interferir nas acções que venham a calhar nos locais onde actuamos.
Oxalá não venha a ocupar páginas da nossa História algo parecido, mas, quando uma população é envolvida por situações que a fazem perder a cabeça, a partir daí pode-se esperar muito comportamento das bases que, com a cabeça fria, não chegaria a tanto, mas que até dá oportunidade para que grupos que andam sempre à espreita de oportunidades para lançar a confusão e tirar partido dos roubos, dos assaltos, das malfeitorias, esses não percam a ocasião para mostrar daquilo que são capazes.

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