sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DIPLOMACIA ECONÓMICA... POR ENQUANTO

ESTE TEXTO ESTAVA ESCRITO desde há alguns dias e antes das duas comunicações feitas, primeiro por Cavaco Silva e depois por Passos Coelho. Mas, apesar das afirmações de ambos terem o seu valor e possam querer anular o efeito deste desconsolo escrito, entendo que nunca é demais chamar a atenção desses e de outros políticos que sempre pretendem demonstrar que tudo corre bem e que conseguiremos alcançar a paz de espírito e outras, sendo tudo uma questão de tempo. Pois contra esse optimismo doentio avanço aqui de novo com uma questão que bem mostra que não somos capazes de atacar os problemas pela via certa e perdemos tempo com situações rodeantes que não atingem o alvo fundamental. Amanhã conto poder referir-me ao ambiente que se vive e que, depois das duas declarações prestadas pelos “chefes” que entenderam mostrar o que nos espera já a seguir, deixaram os portugueses, pelo menos aqueles que não se alheiam das realidades, completamente abalados pelo panorama que vão enfrentar.

SÓ AGORA É QUE SE COMEÇA A FALAR no que é referido como diplomacia económica. Ora, esta atitude que surge já quase em momento considerado de desespero não é nem mais nem menos do que aquilo que já há vários anos deveria ter sido considerada como inevitável, aliás como tenho referido em diversos escritos e em que, perante a indiferença dos governos que estiveram em acção, tudo corria e, afirmo-o, ainda corre, sem que os “cérebros” dos governantes sejam capazes de raciocinar dentro das realidades e com domínio de saber do que se passa à nossa volta.
Peço desculpa, pois, se vou repetir alguns temas que, também neste blogue, têm sido vastamente debatidos. E um deles tem a ver com esse instituto que leva agora, com mais um A, o nome de AICEP. Sucessivamente, os “génios” que passam pelo poder não ligam nem têm o conhecimento mínimo dos serviços que deveriam ser exigidos aos responsáveis que, espalhados pelo mundo – nem sempre nos melhores locais – têm como missão colocar os produtos nacionais que têm condições para serem exportados, ao mesmo tempo que, nesta fase, lhes cabe o papel de conseguirem investidores estrangeiros que desejem instalar em Portugal novas indústrias que dêem emprego e se ponham em condições para exportar o que produzirem.
E é aí também que a minha intromissão se situa: a de que os postos diplomáticos que possuímos tenham ligação ao Ministério da Economia e que, de mãos dadas com esse ICEP, façam um trabalho indiscutivelmente necessário para conseguirmos aliciar indústrias estrangeiras a instalar-se no nosso País. Claro que, para que essa atitude obtenha resultados visíveis, o que é indispensável é que as dificuldades que são tão conhecidas nesta nossa Terra de conceder autorizações para que os capitais sejam recebidos com total abertura e rapidamente as licenças que se têm de a guardar para que qualquer coisa nova seja acolhida de braços abertos, isso ao mesmo tempo que, no interior de Portugal, os municípios disponham de áreas adequadas à instalação de novas indústrias sem pagamento e com todas as facilidades que possam ser concedidas.
Pois o anunciar-se largamente no exterior esta nossa disposição, isso acompanhado do contacto directo das pessoas que facilitam todas as informações adicionais que os interessados podem requerer, tal disposição é mais importante do que passarmos a vida a recomendar (leia-se o meu blogue de ontem) aquilo que se torna necessário fazer… mas que ninguém dá u, passo para que seja feito.
Ao aparecer a notícia de que Paulo Portas, nas funções de Ministro dos Negócios Estrangeiros, só se espera que o apelidado de Paulinho das feiras” passe a ser conhecido como o “Paulinho dos mercados exteriores” e isso sim, até lhe calharia como uma actividade simpática e útil ao nosso País.
Enquanto nesta nossa Terra nos entretemos a ouvir o Jardim com as suas arrancadas verbais a insultar tudo e todos e, por outro lado, a gastar o que não tem e que alguém terá de um dia pagar, ao mesmo tempo que tomamos conhecimento de salários verdadeiramente escandalosos que continuam a ser atribuídos a figuras que vão aproveitando as distracções dos que podiam e deviam actuar no sentido de terminar de vez com tais agressões, como é o caso do presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) que auferiu em 2010 uma média mensal de 2.900 euros!...
Então valerá a pena andarem por aí uns denominados “mandões” a proclamar o que deve ser feito em Portugal para sairmos do aperto em que andamos e, ao mesmo tempo com os olhos fechados para o que se passa à sua porta?

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