
De facto, Portugal não é um Pais isolado que luta contra as adversidades várias que a chamada crise espalhou pelo mundo inteiro e que, umas nações mais do que as outras, vão tentando resolver mas todas em pior situação do que lhes acontecia uns anos atrás. É sabido que o capital, esse invejado modo de riqueza se encontra cada vez mais retraído, pois que se perdeu a confiança nos investimentos e os detentores de fortunas já nem confiam nos jogos de bolsa e até nos depósitos, posto que as notícias que chegam a todo o momento são de que ocorreram perdas de variadas espécies e que se torna perigoso efectuar operações que, épocas atrás, eram muito lucrativas e não se davam situações que, de repente, transformam aplicações que mereciam o respeito dos investidores em desastrosas aplicações.
As instituições bancárias, mesmo aquelas que asseguravam a melhor guarida para os montantes que eram catalisados para utilizações em negócios sem qualquer risco, esses enormes bancos surgem repentinamente a dar mostras de fragilidade e de se encontrarem mesmo às portas de falências, como é o que está a suceder ao maior banco da Bélgica e que as televisões deram larga projecção. Esse panorama provoca a retracção dos dinheiros que flutuavam de mercado em mercado e essa é uma das causas das actuações que se presenciam de falta de capital para ser utilizado em investimentos que reproduzem riqueza. Por cá não se pode fugir a esta onda e as consequências estão claramente à vista.
Ora, perderem tempo os políticos de serviço a ditar recomendações como se estivéssemos todos numa escola e se dissesse aos alunos para estudarem sem os ensinar primeiro e lhes dar as condições para que empreguem o que aprendem da melhor maneira, essa atitude de muito efeito televisivo não resulta verdadeiramente em nada.
Por exemplo (e eu tenho-me dedicado, nos meus escritos, a proclamar por esta actuação), sabendo-se que o interior de Portugal tem vindo, a ficar, cada vez mais deserto e esse panorama arrasta-se desde que, no tempo de Cavaco Silva como primeiro-ministro, foram oferecidas quantias para que os agricultores abandonasse a sua actividade, da mesma maneira que se financiaram largas verbas europeias para que a nossa pesca acabasse, pagando-se por cada barco destruído, a partir dessas medidas, que hoje parece haver receio de as lembrar para que o Presidente da República não se sinta atacado, a agricultura ao abandono e a actividade pesqueira sem aplicação em nosso favor do maior espaço europeu de mares próprios que pertencem a um só país, tudo isso, em lugar de inúteis recomendações que se repetem, o que se tornava e torna ainda (se formos a tempo) necessário fazer é colocar os desempregados que atingem já um número assustador, mesmo que sejam jovens com instrução universitária, a ocupar as funções que, como fez Israel quando nasceu como nação e recebeu judeus de toda a parte do mundo, sendo a maior parte gente com elevados conhecimentos académicos, e os ensinou a fazer agricultura, lhes deu os meios para se dedicarem a uma actividade que estava bem longe da sua vocação e com isso, com os kibbutz, fez nascer uma “Terra Prometida” que aí está a fazer frente aos que a rodeiam, mesmo de mau modo.
Mas isto é tema que eu estou cansado de referir, só que, nesta nossa Terra, não se é capaz de passar das teorias às práticas, das recomendações ao “vamos a isso”.
O discurso de Cavaco Silva, pela comemoração do aniversário da fundação da República, não foi mais do que a repetição dos discursos fartos de serem proferidos, por ele e por outros políticos. Não acrescentou nada de novo.
E nós cá ficamos à espera de mais dificuldades em mantermo-nos como portugueses.
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