terça-feira, 25 de outubro de 2011

QUEM É O CULPADO?

ESTA PALAVRA TEM SIDO a mais escrita e pronunciada, nos tempos e anos mais recentes, por tudo que é comunicação social, assegurando-se que é por via dela que o mundo em geral e alguns países em particular se encontram perante um dilema feroz de luta pela subsistência e em que as perspectiva em grande parte dos casos são as mais sombrias que se podem imaginar.
E enquanto se vai resistindo perante dificuldades que o panorama oferece, as culpas do aparecimento dessa crise e da sua manutenção, com o avanço cada vez maior das manifestações clamorosas, chegando até, como já se assistiu lá fora, a serem sanguinárias, e que as populações várias acabam por adoptar na ilusão de que com isso solucionam os problemas, essas culpas são exigidas, pelos manifestantes Afinal, toda essa forma de reagir o que provoca é um afundamento cada vez maior dos casos onde a referida crise apareceu fazendo das suas.
As bandeiras, os cartazes, os gritos, os braços no ar, as marchas, as greves e não ficando por aí até os fogos postos e as lojas assaltadas, tal aparato só serve para que as consideradas vítimas das consequências da falta de emprego, das subidas dos preços, dos impostos cada vez mais pesados, acabando tudo por se converter em revolução sem rei nem roque, essa desgovernação conduz a que, cada vez mais, se situe mais longe a eventual forma de se solucionar o afundamento de cada Nação.
Além do que ocorre nos diversos pontos que se encontram sob a fúria da tal crise, surgem as vontades de identificar os causadores da mesma, cada qual no ponto onde ela provoca os estragos que cada indivíduo e cada família têm de suportar as consequências. Nos governos que, entretanto, tenham tomado posse e apanhem com as reacções que as vítimas denunciam, aqueles, naturalmente e numa atitude de autodefesa, atiram com as origens da calamidade para os antecessores, sendo que, em certas circunstâncias até é certo, muito embora não sejam somente os antecedentes imediatos que devem apanhar com as culpas, mas sim será o resultado de sucessivos poderes que, cada um por seu lado, não foram capazes de antever o enorme perigo que ia avançar.
No caso de Portugal, muito embora já não sirva para nada pendurarmos os nomes dos cabecilhas governamentais na placa do Inferno dos prevaricadores, alguma utilidade tem guardar para a História as suas identidades, posto que não se poderá, nesta altura, prever qual vai ser o futuro, próximo e seguinte, que se deixa aos seguidores.
Mas, dito tudo isto, poderemos nós, em perfeita independência de pensamento, encontrar os verdadeiros autores de toda a pavorosa situação que somos forçados a suportar? As instituição bancárias, norte americanas ou de outras origens, o capitalismo devorador, os empresários pouco eficientes de grandes empresas internacionais, os empréstimos por agiotas ávidos de lucro fácil de vultosas quantidades de dinheiro sem o menor cuidado de se estudar antes se seria bem aplicado e reprodutivo, que o mesmo é dizer com possibilidades de reembolso sem prejuízos e apenas para ajudar a desenvolver as produções de cada caso, tudo isso poderá estar na origem da bola de neve que rolou por toda a parte e que, em dado momento, ao verificarem-se as dificuldades nas liquidações das dívidas contraídas e aplicando-se sucessivamente juros cada vez mais pesados, toda essa actuação acabou por alastrar e desfigurando como mancha de petróleo todo o sítio por onde passava, fazendo com que se assista nos dias de hoje ao espectáculo angustiante de países em plena banca rota, uns já com a situação definida e outros que se encontram na dramática posição de tudo estarem a fazer para não passar a porta da falência.
Afinal, perante todo este espectáculo, não nos ficará mal se tivermos a coragem de afirmar que o único e grande causador de tudo que ocorre é exclusivamente originado pelo SER HUMANO. A ele e só a ele cabe a responsabilidade de fazer com que o mundo atravesse, neste princípio do século XXI, uma das mais graves – senão mesmo a mais grave – destruições de uma vida minimamente tranquila que, desde o seu início tem vindo a percorrer todo o Globo. É a sua ganância de todos os géneros, de poder, de riqueza, de autoridade, de sobranceria sobre os parceiros que leva o Homem a, sem olhar a meios, provocar calamidades que, em certas ocasiões, foram originárias de guerras – e a mundial ainda está na lembrança dos que viveram os anos em que um odioso Adolfo Hitler ocasionou, com confrades, a destruição de grande parte do nosso hemisfério -, as quais, nesta altura e dado o avanço tecnológico até das armas – não será tão previsível… ainda que não se trate de uma probabilidade longe de ser encarada.
É, portanto, o racionalismo animal que está na cabeça dos destruidores desta grande Casa onde todos somos forçados a morar. Os irracionais não vão tão longe nos seus distanciamentos dos seus parceiros. Guardam o sítio que têm e não se “orgulham”, como o Homem, de nada do que fazem.
Face a este raciocínio, cabendo aos seres humanos a responsabilidade de tudo que de bom e de mau ocorre neste Planeta, o que se tem de ansiar é que, com união e bondade se consiga, milagrosamente, modificar o comportamento das figuras de duas pernas que se movimentam em todo o espaço que nos foi entregue. E, a menos que, quem nos ofertou o mundo resolva tirá-lo devido ao seu péssimo aproveitamento, com essa fé talvez consigamos tomar juízo.
Será, por isso, uma boa ajuda ter crença, seja ela qual for!

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