Mesmo tendo ocorrido, na quarta feira, dois acontecimentos que nos dizem directamente respeito, um como europeus e anuentes ao euro e outro devido à nossa condição de portugueses, enquanto não se tiver um conhecimento perfeito do que se passou nessas duas reuniões vou-me ficar por temas que, a nós todos em Portugal, interessa discutir e expressar uma opinião.
A REDUÇÃO DE FREGUESIAS que o Governo entendeu dever levar por diante, atendendo à necessidade absoluta de redução de gastos que a crise e as imposições dos acordos com os credores obrigam, tal medida é, na verdade, uma redução do contacto do sector governamental com os habitante espalhados por todo o País.
Que se trata de uma acção que se alia à falta de benefícios que o Estado tem vindo a desenvolver, quanto a isso não haverá duas opiniões. Mas que são as necessidades que as circunstâncias nos trazem, numa fila imensa de confortos que as altas esferas do poder vão riscando da lista que, apesar de tudo, constituíam auxílios ao povo que somos, também isso tem de ser entendido e portanto aceite, se bem que talvez pudesse ser objecto de uma reflexão cuidada para que não se tratasse de uma medida tomada a eito, de alto a baixo, sem levar em conta circunstância específicas que, pelo menos os interiores de Portugal, obrigam a excepções bem ponderadas.
Analisando as Juntas de Freguesia que cumprem escrupulosamente o seu papel, ou seja o contacto directo e pessoal dos funcionários de cada um desses organismos, incluindo cada presidente, dando com essa função uma ligação assumida dos poderes com os cidadãos e o conhecimento dos casos que merecem ser acompanhados e até reconfortados pelas equipas de cada Junta, ao aumentarem as áreas que resultam das referidas junções, portanto de um alargamento que representa a necessidade dos residentes em cada zona terem de se deslocar, nas diferentes localidades na Província, em distâncias que não podem ser cumpridas pelos mais débeis dos habitantes, especialmente os de mais idade e os doentes.
Que nas cidades, sobretudo naquelas onde os transportes públicos permitem as deslocações, se aplique este princípio de redução de instalações e de pessoal ainda se compreenderá. Mas que no resto do País se aplique a mesma norma, com as consequências descritas, aí valerá a pena que os decisores das medidas levem em conta cada circunstância e sejam comedidos nas suas decisões.
Bem se sabe que, em muitos casos, não se pode considerar que as Juntas de Freguesia tenham sempre cumprido escrupulosamente a sua missão. Mas que, apesar de tudo, existe uma ligação muito pessoal entre os cidadãos e os detentores dos cargos das Freguesias, conhecendo-se todos e encontrando-se naturalmente nas ruas e nos locais de reunião, quanto a isso não haverá que ter muitas dúvidas. Quando, por outro lado, se está a ponderar o fecho de várias estações dos CTT e até de outras dependências mesmo comerciais que prestam os seus serviços com porta aberta, será caso para dar a sugestão que os atendimentos de vária espécie bem poderiam centralizar-se nos postos que o Estado mantém ao serviço e que nem necessitariam de aumento de pessoal. Logo, o espírito da economia de meios não se perderia e os habitantes de cada lugar não sofreriam as consequências da eliminação de despesas.
Não sei se alguém levará em conta as sugestões que os portugueses, com os meios ao seu dispor, expressam. Mas, no que diz respeito ao cumprimento da participação, por este meio do blogue, de um cidadão como é o meu caso, pelo menos fico com a satisfação de ter cumprido a parte que me cabe. É pouco, mas é alguma coisa!
Tanto quanto se sabe, na reunião do Conselho de Estado que o Presidente convocou para ontem, não foi aí levantado o caso da redução de freguesias no quadro administrativo da Nação. Nem teria que o ser, por muitas razões mas, principalmente, porque este problema tem de ser encarado pelo Governo e não constitui, por agora, assunto que necessite da opinião dos Senhores Conselheiros, alguns deles até pouco sabedores do que quer que seja.
Amanhã talvez me debruce sobre esta reunião à volta da mesa, tudo dependendo do que for publicitado sobre o que ali se discutiu.
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