domingo, 11 de março de 2012

DESCULPA OH CAETANO!

O GOVERNO DE Passos Coelho parece estar a querer transmitir a ideia de que, ao cabo de tantos meses sem que se tenha verificado uma acção que pudesse ter sido considerada como tratando-se de algo que desse mostras de se estar perante um Executivo disposto a levar por diante o seu programa e que, de acordo com a evolução dos acontecimentos, desse indícios de que se encontrava à altura das circunstâncias, enfrentando os problemas e actuando de harmonia com a importância dos problemas que fossem surgindo, nesta altura (e oxalá as medidas que vai tomar transmitam confiança à população que se encontra um tanto desconsolada), face a problemas que surgiram à discussão parece estar a querer dizer que, sendo essa a sua obrigação e não havendo no panorama político outra força legitimamente eleita que possa exercer tais funções, resolve arregaçar as mangas e dar andamento às soluções que entende mais adequadas e que não constituam aumento às aflições que já nos chegam.
Faço este intróito para me referir à questão que foi largamente discutida no Parlamento e que, de igual modo, os media não a excluíram dos seus comentários. Trata-se da situação, assaz curiosa, de o Estado ter atribuído o pagamento de 4,4 milhões de euros à Lusoponte, empresa que tem o contrato da exploração das pontes sobre o Tejo, a 25 de Abril e a Vasco da Gama, e que, em virtude de terem ocorrido os anos em que os governantes decretaram oferecer o mês de Agosto sem pagamento de portagens aos usuários, pelo que o valor atrás indicado constituía o acordado que o Estado teria de repor à concessionária pela não receita no referido mês, porém, como em 2011 essa borla oferecida aos utilizadores foi anulada, logo a reposição do montante em causa não teria que ser feita. E é aqui precisamente que reside o estrondoso erro dos responsáveis oficiais por tal medida: é que, não havendo que cumprir a referida contrapartida que estava ajustada pela livre circulação automóvel no mês da Agosto, os ditos responsáveis (?), distraídos, deram ordem para que se efectuasse a referida reposição dos tais 4,4 milhões de euros, o que representa uma desatenção crítica que, mesmo que a devolução do dinheiro se efectue – como se espera -, representa algo que tem de ser exemplarmente castigado por quem, no Poder, não deixe passar em branco tamanho erro.
Já se sabe que os três vogais que asseguram a administração das Estradas de Portugal, que, há cerca de uma no se encontram sem presidente e do vice-presidente, Almerindo Marques (que antes tinha actuado como presidente da RTP) e Eduardo Gomes, vão ser substituídos, tendo ficado o clima de confiança existente na secretaria de Estado das Obras Públicas fortemente abalada, sendo de desejar que uma mão bem firme lave toda aquela estrutura, para que sirva de exemplo a toda a estrutura oficial, já que não é costume por cá levar a julgamento as irresponsabilidades que são frequentes nos lugares cimeiros do sector do Estado.
E por hoje, se bem que os assuntos não faltam para motivar os comentários e as críticas que os tão sacrificados portugueses andam a sofrer, aqui me fico. Meio consolado por ter verificado que não passou, como tantas vezes acontece, despercebida uma asneirada que, numa altura como esta, não se pode permitir e muito menos perdoar. São os contribuintes que exigem que, sofrendo como estão com o medonho desemprego que tanto magoa, não se deixe sem penalização quem, estando ao serviço dos contribuintes, demonstra falta de profissionalismo e de prontidão em reconhecer os seus erros e em pedir desculpa pública. Ao menos isso…

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