terça-feira, 6 de março de 2012

ISTO DE ESCREVER

POR MAIS HABITUADO QUE ESTEJA a escrever de rajada, colocando as letras no papel, como fazia antes ao longos dos meus muitos anos de jornalismo, continuo a interrogar-me sobre como ainda consigo chegar ao computador e sem ter nada pensado quanto ao tema que vou abordar, começar a dedilhar no tabuleiro, como antes fazia nos linguados de papel em branco, e à medida que vou preenchendo o espaço que me é proporcionado, logo começo a descobrir assunto que se insere no que julgo constituir matéria que se adapta ao fim a que se destinam os blogues. Pelo menos o meu.
Pois é exactamente o que está a suceder agora. Deixei sair aquilo que considero poder servir de matéria que, mais para diante, permite que seja desenvolvido. Vamos a ver.
Já, por mais de uma vez, ao pretender abastecer-me de assunto e tomando contacto com o que os vários órgãos de comunicação chamam mais a atenção, verificando que a maior parte dos temas se refere a tristes acontecimentos, já não só em Portugal, que isso já é o habitual, mas igualmente por todos os lados os mundo, a minha primeira reacção é arranjar uma desculpa e comunicar aos meus leitores que já não estou mais para alimentar os azedumes e as poucas vergonhas que os seres humanos que se salientam nessa Esfera, vão cometendo com a pretensão de contribuir, pensam eles, para a melhoria da vida dos homens que são cada vez mais a abarrotar no planeta, pois que já passam dos sete mil milhões e, sendo excessiva essa quantidade, contribuem para que o mal viver que se alastra cada vez mais, com o desemprego a alastrar em todos os sítios onde se poderia, isso sim, criar instituições de ajuda mútua, em lugar de ser a inveja do próximo que comanda a maior parte das acções dos “chefes”, também eles homens e por isso transportando o azedume que não permite que a amizade, o compreensão, o acrescentar algo de positivo ao que os parceiros tenham feito, faça com que se construa um autêntico paraíso na Terra, aquele que as várias religiões, também elas inventadas e divulgadas pelo ser humano, apregoam para cativar filiações que, por sua vez, é pedido o auxílio financeiro para qualquer causa de que não sê muito clara a utilização honesta e clara. Mas adiante.
Falemos, pois, do que ocorre neste nosso País e, como não pode deixar de ser, apontemos as quase tragédias que são o Pão Nosso de cada dia e de que, segundo parece, não nos libertaremos nem mais cedo nem mais tarde.
 Neste período em que o frio que tem pairado por aí e que coincide com a ausência da chuva, são duas causas para que se tenha desenvolvido um sulco de doenças que, ao bom portuguesinho que tem emprego, serve lindamente para ficar em casa e marcar falta, pois as estatísticas dizem que atinge o número de 3.000 por dia os doentinhos, o que provocou que em Janeiro deste se tenha verificado que mais de 93 mil pessoas estiveram ausentes do trabalho, alegando falta de saúde.
Claro que, sabendo-se o que a casa gasta, o Governo deitou mãos à obra para tentar apurar quantas seriam as falsas baixas, visto que já em 2011, dos 217 ausências ao trabalho, cerca de 53.000 foram consideradas fraudulentas. Então, isto não tem de ser considerado como uma manha do homem, sabendo-se que o número de desempregados aumenta diariamente e que tantos haverá entre esse número que se deslocaria onde fosse só para sair dessa posição melindrosa de não ter ordenado e ter família para sustentar? Em quem votarão esses cidadãos, cada vez que lhes é pedida a opinião para ser escolhido o partido que tomará ligar no poder?
Também, nesses inquéritos que se fazem por tudo e por nada, apurou-se que o nosso País tem 2,5 milhões de pobres, e que, no espaço de três anos, Portugal passou de 21 para 25 por cento de pobres, sendo que a Igreja Católica, a Caritas e o IPSS (Instituto Particular de Solidariedade Social) advertem para um agravamento da situação nos tempos que aí vêem. Para já contaram-se 18.000 cidadãos nacionais a viver em barracas, o que dá bem a amostra do panorama que apresentamos por cá.
Aceitando outro estudo feito por aí, de que a dívida do Estado custa 21 mil euros a cada português, pois que o endividamento total já ultrapassa os 221 mil milhões, como poderemos ficar descansados quanto ao futuro que deixamos aos vindouros?
Por agora, visto que já estão a ser recebidos nas residências o aviso de pagamento do IMI, o imposto que é aplicado a cada cidadão que é “proprietário” de uma residência, sendo que os valores atribuídos para o cálculo do Imposto Municipal, sabendo-se que, por falta de pessoal nas Finanças, os cálculos dos valores atribuídos para serem pagos têm como base montantes que foram apurados quando o valor das casas ainda estavam valorizadas, coisa que, nesta altura, se situa exactamente ao contrário, pelo que as reclamações dos “pagantes” têm chovido no sector das Finanças, embora um resultado que agrade aos pobres proprietários que têm pagão e assim ficarão “per omnia” durante muitos e muitos anos, se é que não abandonaram já as tais residências por impossibilidade absoluta de pagarem as prestações que lhes são impostas pelos bancos.
Acabei. E, como se vê, lá fui desbravando um texto que não é formado por temas agradáveis. Valerá, de facto, a pena manter este blogue por mais tempo?

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