domingo, 4 de março de 2012

MORREM OS PORTUGUESES OU O PAÍS?

ESTE FENÓMENO TORNADO PÚBLICO de se ter chegado, neste período, a um número verdadeiramente preocupante das 3.000 mortes semanais, ou seja mais 500 do que é habitual nos Invernos que ocorrem em Portugal, levantou diversas opiniões de gente que parece saber do que fala, explicando que é o frio, que atingiu graus mais elevados do que é habitual, mas também não deixando de contribuir para tal acontecimento factores como o desemprego, a diminuição de comparticipações sociais na saúde, a eliminação de vários transportes sobretudo no interior do País e, como é natural, o quase esgotamento de serviços médicos nos hospitais e centros de saúde, dada a grande afluência, assim como também por terem sido encerrados alguns locais de cuidados de saúde antes existentes, mas que a economia de meios impôs que os governantes procedessem assim. Para não acrescentar a diminuição de possibilidades de recorrer às farmácias.
É evidente que a austeridade em que vivemos na fase actual do nosso País contribuirá seriamente para muita falta de cuidados que, em situações normais, não se verificam. Os doentes deixam de ir consultar os médicos pois a falta de meios não permite pagar as observações clínicas e os tratamentos são também evitados, posto que tudo isso pesa nos orçamentos reduzidos, sobretudo dos reformados e com anos de vida já situada na zona da terceira idade. Daí o ter-se verificado ultimamente um tão grande número de idosos que, por viverem sozinhos, são encontrados já mortos nas suas próprias residências.
Tudo se junta para que o apetite de viver se situe em lugar afastado das prioridades, sendo fácil de imaginar o que passará pela cabeça da gente que, com anos de vida já avolumados, encontrando-se isolados das convivências, não terão outro desejo que não seja partir desta e, se praticarem uma fé que lhes incuta a ilusão de, no Além, a coisa correr de feição agradável. Por isso, sem nada fazerem para optarem pelo suicídio, deixam que a morte tome conta dos seus destinos.
Que fazer numa situação destas? Como poderá actuar um Governo, vazio de meios financeiros para acudir às soluções que se encontrariam se fossem fartos os meios, sendo que o que se gastou indevidamente tempos atrás, não deixou reservas para efectuar um serviço que lhe competia e compete em favor dos habitantes que necessitam de apoio do seu Estado.
O que se verifica para além das nossas fronteiras, com as revoltas de que são dadas notícias e que se propagam por toda a parte, desde a Turquia, passando pela Grécia, também na Alemanha, em França, no próprio Reino Unido e agora já em Espanha, em Barcelona, em que confrontos estudantis com a polícia fizeram muitos feridos, são protestos que as populações expressam pela vida difícil que enfrentam, todo esse “festival” da violência é coisa que, apesar do nosso feitio de sofredores, ninguém pode garantir que não se pegará por cá e, quando isso se der, será difícil prever as consequências.
Já expressei antes esta minha preocupação, e só desejo que esteja completamente enganado no que diz respeito a tal acontecimento neste rectângulo de gente mais ou menos bem comportada.
É mais do que evidente que se torna rigorosamente necessário que, principalmente na área da justiça – mas não só -, é fundamental que a ministra respectiva vá avante com as medidas que parece estarem no seu horizonte, por forma a  que todas as poucas vergonhas que os habitantes nacionais, claro que os bem situados no panorama político/económico, são esses que merecem que o olho clínico dos averiguadores não os deixe continuar a pôr o pé em ramo verde, pelo que a corrupção que se propaga em Portugal já se situa numa fasquia que não pode continuar a manter-se. É no exercício das funções políticas que essa “venda de favores” mais se evidencia, pelo que é forçoso verificar-se um enorme espírito de valentia para atacar todas as frentes onde se sabe que essa prática é exercida. E, apesar da ministra Paula Teixeira da Cruz ter de enfrentar aqueles que, por razões várias, até as da inveja, a  atacam com acusações despropositadas, é ela que deve mostrar que quer e deve exercer as suas funções para que o nosso País saia da sujeira em que vive e que só contribui para piorar a posição desconfortável em que se vive e de que o povo é o principal atingido.
Já tenho referido esta defesa da ministra, que nem conheço pessoalmente, por considerar que se deve alargar o apoio que ela necessita para levar a cabo as acções que livrem o nosso País do aperto em que se encontra. E os que assim não procedem não devem depois queixar-se de não assistir a melhorias na governação que são indispensáveis.

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