segunda-feira, 5 de março de 2012

GOVERNANTES CIUMENTOS

NÃO É QUE SEJA ALGUMA COISA QUE DEVA PREOCUPAR em demasia os portugueses, absorvidos como andam com os seus próprios problemas e com as situações concretas que dizem respeito aos seus bolsos, sem condições para levar a cabo as exigências mínimas que um povo necessita, nas áreas da sobrevivência e em que a saúde se recente grandemente e se sobrepõe até à falta de meios para educar os filhos e para manter o físico alimentado, estas muito importantes mas que lá se vão ultrapassando.
O que já corre por aí é de que se verifica um desencontro de opiniões no que respeita ao que se chama de QREN, isto é o Quadro de Referência Estratégico Nacional que, com este nome tão pouco específico e demasiado complicado, representa o organismo que tem a seu cargo a gestão de fundos comunitários que nos são atribuídos, sendo que a indecisão governamental de utilizar 2,5 mil milhões, montante que resta de um valor muito maior e que se destina à execução de um projecto alargado e cuja aplicação permanece há meses a aguardar a decisão do Executivo português, necessita da tomada de posição que cabe ao primeiro-ministro tomar, já que quer o ministro da Economia quer o colega das Finanças se arrogam o direito de lhes caber a responsabilidade de utilizar tal verba. Repito: isto é o que consta, muito embora tenha sido já o caso desmentido, o que não quer dizer que esteja assegurada  a situação.
O facto do montante já recebido e que sobra dos tais dois mil milhões e meio ter suscitado a dúvida de que, ao longo de seis meses que foi o tempo utilizado para gastar mal – dúvida lançada no seio do Conselho de Ministros -, e que se tratam de projectos cujos fundos comunitários são insustentáveis, face a essa circunstância que o Governo deveria explicar completamente aos portugueses com argumentos que não se ficassem apenas pelo desmentido, tudo isso faz correr o risco de que, mesmo em fase que Portugal sofre de um apertado cinto de debilidade, o tempo voe e se perca a possibilidade de ser acolhido o montante em sobra do empréstimo comunitário.
Como é possível que, perante as recomendação de Passos Coelho, reeleito agora na presidência do PSD, de que não deverão existir conflitos entre os diferentes partidos políticos, seja precisamente no interior do seu Governo que se verificam amuos entre dois ministérios que não podem, sob qualquer pretexto, lutar pela gerência de uma parcela que, acima de tudo, tem o destino de ajudar uma das muitas faltas que ocorrem em Portugal. E que, sobretudo, tem de ser gerida com total responsabilidade, actuando-se com mão de ferro se alguma iniciatgiva mal pensada faz gastar as verbas comunitárias em que, aí, a Justiça tem de actuar com mão de ferro.
Quando, segundo noticiário divulgado, 800 militares das Forças Armadas sofrem as consequências de terem um terço dos seus salários penhorados, para garantir o pagamento a credores, sendo que até as pensões de alimentos aos filhos se encontram incluídos nesta situação, o que tem levado a que esses penhorados tenham pedido empréstimos ao Instituto das Forças Armadas num total de mais de 2 mil milhões de euros, ao mesmo tempo que se tem oferecido para trabalhos ao sector privado, em “part-time”, como motoristas, vigilantes, etc. esse é o panorama que se verifica em que o Ministério da Defesa não se prontifica a intervir, com o argumento de que “se trata de um assunto estritamente pessoal de cada um”.
Valerá a pena fazer algum comentário a este problema? É óbvio que se trata de mais uma situação grave que ocorre no nosso País em que a falta de dinheiro no sector público, isso não obstante as já assumidas dívidas que têm vindo a ser contraídas pelo que, quem vai assentando no livro as contas acumuladas para liquidar “um dia”, só terá que ir somando e quando se chegar à última página ou se compra outro ou se deita fora o que está repleto de números.
Entretanto, há os que amuam quando deixam de ter no seu Ministério um papel que lhes dá muito prazer pertencer ao grupo da sua jurisdição.

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