quinta-feira, 1 de março de 2012

E POR CÁ, HÁ PRESSAS?

TODOS SABEMOS QUE O DINHEIRO, por cá, é coisa escassa e que, por isso, deve ser inteligentemente utilizado, fazendo bem as escolhas entre o que é inadiável e o que pode aguardar por algum tempo. Infelizmente, porém, os governantes que temos tido -  e, pelos vistos, os actuais não se diferenciam nisto muito dos anteriores - , com a ânsia de alimentar a recessão, sem ter em conta a atenção que é indispensável de separar concretamente o que não pode esperar do que terá outra altura para se atender à melhoria de um determinado problema, deixam em aberto problemas que só dão má imagem aos que observam o nosso País e que, mesmo sendo gente da troyka, terá que provocar má impressão na análise que for feita.
E há por aí diferentes casos que mereciam que o grupo de Pedro Passos Coelho, sob a sua direcção que tem de estar bem atenta, atendesse às formas que deveriam ser encontradas para dar uma volta de 90 graus a tais situações. Vou apontar alguns exemplos:
O roubo do fio de cobre e de chumbo, que ocorre, há já algum tempo, e em todo o território português, tendo o sector policial já descoberto que se tratam de grupos de profissionais organizados, em que estão incluídos cidadãos de várias nacionalidades, desde brasileiros a romenos, ucranianos e também portugueses, tendo-se apurado que, só no ano passado, se registaram 49 furtos, atingindo-se a quantidade de 500 toneladas subtraídas, das quais 200 seguiram o rumo para a China e que o valor desse desvio ascende a oito euros o quilo, ora, de posse de todos estes elementos, a pergunta que há a fazer é de como a nossa polícia não foi capaz de pôr termo a tamanha pouca vergonha, pois que, embora tenham sido presos alguns dos elementos que se dedicam à referida “profissão”, o certo é que a questão a fundo não foi possível atacar, começando-se ou acabando-se pelos receptadores que esses, forçosamente estarão localizados e não será assim tão difícil atacar essa área.
Já foram apreendidos 26 mil quilos do referido produto – sendo que o volume a que correspondem constituirá um, enorme volume, difícil de disfarçar – mas o que tinha que ser mostrado como serviço policial era a extinção completa de gente que anda por aí a exibir as suas “artes”, extraindo o tal cobre de postes de transmissão (o que ocasiona depois a falta de luz, televisão e telefone em áreas onde as populações se revoltam pelo facto, para além do prejuízo económico que tal provoca.
O estranho é que a P.S.P. não mantenha um serviço de informação do público, que vá dando conta da sua actuação nesta área e se saiba como é que os tribunais estão a proceder, posto que não são apenas as questões de ordem interna que têm de chegar ao conhecimento dos portugueses.
Obviamente que o facto de existirem nesta altura 778 carros patrulhas da P.S.P. avariados e, portanto, fora de serviço constitui um impedimento para que os respectivos serviços atendam aos mínimo problemas que chegam a cada posto, para não falar também dos computadores nas múltiplas esquadras à espera de que apareçam os técnicos respectivos para pô-lo em funcionamento, e é tudo isto que faz com que se verifique uma subida apontada diariamente de casos em que os serviços policiais são essenciais, isto para não referir também as constantes medidas tomadas pelos juízes nos julgamentos, em que os praticantes de crimes são constantemente postos na rua, deixando os agentes de queixo caído porque, quantas vezes pondo a sua vida em jogo, dão de caras com elementos que foram presos tempos antes e que depois se pavoneiam completamente libertos e prontos para outra…
Mas, afinal, para além do facto, mais importante, e que é a nossa situação económica e o desemprego – que estará também na proliferação de crimes de furtos e outros, porque a falta de dinheiro em casa para sustentar a família ocasionará a perca da cabeça e a entrega a actos criminosos que não ocorreriam noutras circunstâncias -, a actuação combinada entre os membros policiais e os serviços que pertencem aos tribunais, mantendo-se um sistema em que as burocracias sejam afastadas de vez, é isso que, mesmo com falta de meios, ou seja de verbas para que os profissionais desenvolvam uma actuação perfeita, pelo menos esse acordo feito por todas as áreas que cuidam do bem estar dos cidadãos, isso poderia solucionar uma boa parte das situações em défice.
Mas se as próprias Câmaras Municipais do Norte a Sul do País, são elas as primeiras – ou as últimas – a dar mostra das suas debilidades financeiras, tendo as dívidas de todas chegado a dez mil milhões de euros, fica-se quase sem reposta perante até os próprios estrangeiros, que residem no Algarve, e que escolheram Portugal para sua residência no resto das vidas, contribuído para a tal má imagem que estamos a dar lá por fora, com o prejuízo adjacente da redução substancial da entrada de dinheiros que são originários de outras nações que, pelo menos pelo clima, procuram a nossa companhia que, pelo menos essa, é, em relação aos visitantes, muito apreciada.
E o Governo o que faz? Nota-se alguma reacção que dê mostras de existir preocupação perante os factos que ocorrem?
Quem souber que responda.


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