quarta-feira, 14 de março de 2012

NÃO DÁ PARA ACREDITAR

SE NÃO TIVESSE SIDO DIVULGADO com todas as letras, não seria certamente credível que isto ocorresse em Portugal. Todos nós sabemos que a situação nacional é das mais difíceis da Europa, com excepção da Grécia, é evidente, mas que tenhamos chegado ao ponto de, num País limitado no espaço, uma grande parte dele, na área agrícola, se encontre abandonada, isso é que custa a crer.
Mas é verdade, já estão apurados os números e é aí que ficamos de boca aberta. É que mais de 2 milhões de quilómetros quadrados de terrenos sem cultivo é o que existe neste nosso rectângulo, de alto a baixo e especialmente no interior, e, com todo o mar que se situa na nossa frente, esse é também mais utilizado pela navegação de toda a espécie estrangeira do que pelos barcos nacionais que se encontram numa fase de redução no sector da pesca, sobretudo a partir – não me canso de repetir para que fique bem registado – da governação a cargo do então primeiro-ministro Cavaco Silva, que se deixou encantar pela oferta vinda da Europa de dinheiro em troca de barcos de pesca e de terras agrícolas.
Como é que perante este panorama em que salta à ideia de qualquer cidadão com manifesto interesse em ver o problema nacional resolvido ou, no mínimo, a caminho disso, o fazer todos os esforços para que termine esta situação assaz dramática,  não seja coisa referida pelos actuais governantes, posto que, por muito difícil que se apresente o problema, com quase já um milhão de desempregados, a maioria jovens, não se entende que não apareça o convite para que se desloquem das cidades e da faixa junto ao mar e se instalem nas zonas vazias, sobretudo porque também há aldeias inteiras em que as casas se encontram vagas e aí os casais jovens bem poderiam instalar-se?
É verdade. Este tema não é novidade no meu blogue diário, mas julgo que a insistência talvez tenha os seus resultados, visto que se existe uma enorme afluência de portugueses a encaminharem-se para o desconhecido no estrangeiro, com mais facilidade aceitariam instalar-se no interior do País, sobretudo se lhes fosse prestada toda a assistência por parte dos técnicos agrícolas que estão de casaco e gravata no Ministério respectivo, com toda indicação do que cultivar e como e com que ferramentas, isso depois de lhes ter sido indicado o pedaço de terreno, de tamanho suficientemente rentável, com expansão assegura das produções e, para além disso, lhes fosse facilitada a residência em casa fechada nas aldeias perto, isso através dos municípios respectivos que passavam a ver enriquecidas humanamente as zonas agora apenas com idosos e poucos.
De facto, não dá para acreditar nem que a situação que se vive em grande parte do território nacional seja essa, assim como não é muito crível que possamos vir a assistir a uma medida deste tipo lançada por um Governo, este ou outro, pois que os portugueses não costumam dar bons governantes e de busca em busca andamos assim desde 1147.

Sem comentários:

Enviar um comentário