quinta-feira, 15 de março de 2012

FALTA A PACIÊNCIA

JÁ NÃO NOS BASTA AGUENTAR com o que as Troykas estabelecem – e provavelmente não haveria outra forma para podermos receber as ajudas financeiras que têm sido prestadas, pelo que, mesmo de má cara, há que cumprir o assinado - para sermos também vítimas dos deficientes acordos que o Governo actual (porque não adianta já falar do anterior) vai firmando, como é o caso do estabelecido com os chineses na cedência recente de posições accionistas na EDP. Sim, porque não ter ficado bem claro o pormenor do estabelecimento das tabelas de preços que obrigam os consumidores de electricidade a pagar mensalmente as facturas que lhes cabem, leva agora a que, apesar da indicação dos lucros obtidos com a exploração de 2011 que são verdadeiramente astronómicos, especialmente nesta fase que atravessamos e em que as falências de empresas se estão a dar dia após dia, e foi tal circunstância – apesar do desmentido de que seja assim – que provocou a demissão apresentada pelo secretário de Estado da Energia, pois teve a coragem de mostrar desacordo em relação a tal situação.
Não pode ser deixado em branco este acontecimento, visto poder mostrar-se alguma fraqueza por parte do grupo governamental de Passos Coelho, que não teve força suficiente para rever o acordo feito, quando se trata de um tema que implica directamente com o bolso dos portugueses, e, mesmo que não fosse fácil surgir agora, depois do acordo anterior firmado e sem a cláusula que serviria para que o Estado não perdesse, no mínimo, o controlo dos preços a estabelecer com o fornecimento de um produto que representa uma parte importante do que os portugueses despendem mensalmente.
O resultado de tal aumento é que se apurou já que os portugueses vão pagar mais 2,4 milhões de euros nas facturas eléctricas, o que representa um aumento de cerca de 30%, em 2013, e essa indicação seria dada pelo secretário de Estado Vítor Machado, já saído, num discurso que o mesmo tinha preparado mas que foi impedido de ler.
E, para além disso, o facto do Executivo não ter prestado o seu contributo para que não fosse levada a cabo a demissão do membro governamental, essa atitude não pode servir para que os cidadãos fossem formando uma opinião favorável quanto à conduta do referido poder, como se não bastasse já o avolumar de críticas que as oposições políticas, no seu legítimo trabalho, vão formulando.
É claro que a greve geral que tem vindo a ser anunciada pela CGTP, procurando que se trate de um movimento que reúna o maior número possível de participantes, o que não vai ser difícil de obter, em virtude dos desacertos e atrasos nas medidas que cabem a quem governa, o facto de não se descortinar alternativa ao grupo que se situa em S Bento e também devido ao mau aspecto que as mexidas produzem no exterior, sendo que convém que não se dê parte de fraco junto de quem mantemos os pedidos de ajuda financeira, por esse motivo o que há a fazer é apenas o não fazer grande alvoroço com aquilo que se considera ser um direito dos povos quando vivem em Democracia, mas, no entanto, não pode deixar de causar uma preocupação aos portugueses, pois por muito mal que estejam nesta altura a levar as suas vidas, não é com paralisações gerais que se contribui para enriquecer, económica, financeira e socialmente o nosso País.
Como eu gostaria de prestar aqui o meu apoio ao Executivo que temos agora, mas os acontecimentos não me dão alento a fazê-lo. Tenhamos paciência!...

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