sexta-feira, 23 de março de 2012

TAL SORTE

Neste mundo de vaidades
de torturas,
agruras,
violência,
demência,
o homem mostra saudades
dos tempos de harmonia
que hoje é fantasia.
Não quer mais falsidades,
maldades,
desamor, destruidor
de estreitezas.
Já chega de incertezas
de desconhecer o que depois vem
já que nunca soube o que era o além
agora nem vê ao virar da esquina
esperança bem pequenina

Nesta ânsia de estragar
de maltratar
de estar indiferente ao futuro
de não querer ver para lá do muro
o homem deixa má herança
não promete fartança
aos que vêm a seguir.
Os que serão o porvir
os erros d’hoje pagarão
e a todos nós apontarão
o dedo,
com medo,
de capazes não serem
de sobreviverem
têm de dar a volta a tudo
de mudar o conteúdo
a maneira de pensar
o sentimento de amar
e começar tudo outra vez
sem timidez
para depois se ser capaz
de atingir, por fim, a paz.

Pode ser que a Europa se entenda
que os desencontros tenham emenda.
Pode ser
vamos ver
se ninguém quer ser dono de ninguém
se o que hoje temos amanhã também se tem
que não há países grandes e países pequenos
que só juntos algo valemos
cada um com o seu ardo
mas todos em perfeito amor
porque o amanhã é a morte
e ninguém escapa a tal sorte

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