sábado, 24 de dezembro de 2011

AO MENOS O BOLO-REI!

COMO GOSTARIA DE CHEGAR a esta data emblemática e olhar com um renascer bem estampado no pensamento e não como me encontrasse num funeral em que todos os assistentes lacrimejam, numa espécie da despedida a que o mundo assistiu com a veneração ao líder norte coreano e em que, mulheres e homens, aparentemente sentindo o acontecimento – não ocultaram custa a crer que tenha sido tudo autêntico -, propagandearam bem aquilo que lhes foi ensinado pelo pai e pelo avô do actual leader norte coreano, Kim Jom-il. De facto, o ambiente em que se vive, apesar de nos encontrarmos numa altura de festejos natalícios e de inicio do ano que entra, não é num ambiente de esperanças, tanto nacionais como também no que diz respeito ao que se passa por esse mundo fora, nuns sítios pior do que nos outros, que podemos nós, e falo de Portugal, confiar de que o 2012 que está aí a bater à porta se as perspectivas que os nossos governantes nos transmitem, sucedendo-se as notícias de que teremos de suportar as maiores exigências que, dizem, a crise nos impõe?
Lá por fora, a inquietação que está a causar a sucessão ao “trono” da metade do Norte da Coreia que, já entregou a um marechal recém–nomeado, de 28 anos, o mando absoluto de um País que detém uma dose apreciável de poder atómico e que não se tem cansado de demonstrar a facilidade do seu uso se os adversários, que são todos os países mundiais, excepto os chineses e os cubanos, não se comportarem a contento das suas intenções. Noutra zona, no Iraque, logo após a saída das forças armadas dos E.U.A., já se verificou um confronto entre xiitas e sunitas, o que provocou muitas mortes e imensos feridos, tudo motivado pela concordância de uns e o contrário de outros, envolvendo nessa disputa a própria Turquia que já deu conhecimento da sua desconfiança em relação ao que chama uma “chacina sem precedentes”. E não vou prolongar esta lista de casos que só podem aumentar as preocupações dos viventes nesta nossa Esfera, porque bem nos bastam os problemas que defrontamos por cá a todos os momentos, tendo que se culpar, com imensa mágoa, os governantes que colocámos eleitoralmente no poder e que, para muitos de nós, não têm dado mostras e conseguir retirar lástimas dos sofredores portugueses.
Já o tenho dito aqui que a situação periclitante a que chegou Portugal e sem ser necessário repetir as acusações contra anteriores governos que, praticamente desde a data da Revolução em 1974, não foram capazes de seguir o melhor caminho que a queda da ditadura proporcionou., mas não se pode olvidar. E se, sobretudo nos últimos anos e já dentro deste século, as asneiras foram mais evidentes, não temos porquê esconder que o próprio Cavaco Silva, quando exerceu as funções de primeiro-ministro, não actuou com a prudência e a sabedoria que seriam esperadas de um homem que se diz professor de economia e muito sabedor. Mas aquela de ter anulado as actividades, agrícola e da pesca, a troco das ofertas de dinheiro da então CEE, foi um pecado muito grave e de que muito nos queixamos agora.
Só que a falta de produtividade do nosso País e, portanto, a ausência de exportação que é primordial para que se equilibre a balança de pagamentos, tudo isso é que constitui a mais grave causa de nos vermos obrigados a recorrer aos empréstimos externos, e os políticos, quer os do Executivo quer os das oposições, falando dessa ausência não são capazes de indicar o que na prática é possível levar a cabo. Eu, que não tenho a pretensão de me colocar na posição de membro de um qualquer Governo, já aqui neste meu blogue dei algumas sugestões sobre como solucionar o caso dos desempregos e dos abandonos do interior do País e da agricultura, com as facilidades conseguidas para que sejam entregues parcelas de terrenos para serem cultivadas pelos jovens que, em vez de serem aconselhados a emigrar, poderão receber casas e ensino agrícola, bem com os respectivos utensílios, de modo a que por cá fiquem e sejam úteis à comunidade – e dei o exemplo de uma experiência directa que observe i em Israel -, mas os homens que se encontram à frente da nossa governação preferem não seguir as ideias vindas de gente que não pertence ao seu convívio partidário e o que sucede é que nos estamos a afundar dia-a-dia e o que nos espera não pode ser nada de bom.
Que passem, todos os que ainda acreditam em milagres, este Dia de Natal pelo menos com alguma fatia de bolo-rei, que para isso talvez consigam encontrar algumas moedas do euro para ter essa fantasia de levar um embrulhinho para casa.

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