sábado, 10 de dezembro de 2011

EUROPA MELHOR... MAS POUCO!

À HORA A QUE REDIJO ESTE TEXTO ainda não se tem conhecimento completo do resultado final da Cimeira que ocupou, em Bruxelas, os diversos responsáveis dos países que fazem parte da União Europeia. É que, como já se tornou habitual, as consequências das medidas tomadas irão aparecendo aos poucos, porque os países vão dando conta das reacções que assumem perante os pontos acordados. Mas, pelo que chegou ao conhecimento dos muitos observadores que estiveram a acompanhar, ainda que de fora, a maioria dos passos que se foram dando, soube-se que, pelo menos os bancos espalhados pelo Continente, obtiveram o apoio por parte do Banco Central para efeitos do acesso mais fácil à sua liquidez e isso quando, no caso das instituições bancárias portuguesas, se sabe que as mesmas, no seu conjunto, necessitam de um fortalecimento na área da concessão de crédito de cerca de 6 mil milhões de euros. Quanto ao resto das soluções discutidas na reunião em que se depositava uma melhoria assinalável na área da confiança em salvar o euro das ameaças de seu desaparecimento, pelo menos no capítulo dos 17 membros que têm a mesma moeda adoptada, o que se sabe é que o seu número aumentou, mantendo-se, porém, o Reino Unido e a Polónia a conservar a sua actuação à parte da moeda única. Não foi um bom sinal que se tenham verificado separações de um conjunto que deveria encontrar-se unida em volta dos scordos.
No que diz respeito à crise que atravessa a Europa, manteve-se, por parte dos elementos que estiveram presentes na reunião, a dúvida de que se chagaria ao final com consenso absoluto, muito embora, em notícias que iam escapando para o exterior do edifício-sede do Conselho Europeu, fossem aumentando os optimismos por parte daqueles que, ao tomar o seu café, sempre iam largando algumas ideias de que “bastante será resolvido!”.
Os dois responsáveis, Ângela Merkel e Sarkozy, lutaram pela disciplina orçamental por parte de todos os membros da comunidade europeia, recomendado a aplicação de sanções aos países que não cumpram as regras na zona euro e no que se refere a dívidas soberanas, assim como a Alemanha apresentou a proposta da criação de um Tribunal de Justiça Europeu, instância esta a que os Estados ou a Comissão possam recorrer caso se verifique o não cumprimento da disciplina orçamental, ou seja, quando foirem ultrapassados os limites de endividamento. E a esta proposta a Grã-Bretanha mostrou acordo. Menos mal!
Porém, dada a hora a que terminou a reunião e a falta de saída para o exterior de informações que poderiam alimentar o conhecimento dos resultados, sobretudo nos pontos que se sabia existirem maiores diferenças de opiniões, ter-se-á que aguardar para mais tarde e em parcelas que irão sendo descritas, para que o mundo e sobretudo a Europa no seu conjunto fiquem de posse dos elementos que marcarão a conduta a partir de agora e que tem de ser seguida.
Eu, por mim, não me encontro de algum modo pessimista. E isso porque considero que o Homem tem de enfrentar as maiores dificuldades para prestar a sua adesão ao que, mesmo não lhe agradando, verifica ser uma salvação extrema.
Mas, muito no fundo, a verdade manda que eu confesse que ilusões não tenho de que, pela boas, a Europa e o mundo resolvam o grande problema que tem pela frente e que se resume, na realidade, a sermos demais os habitantes do globo… e necessitarmos de algo que diminua o que nesta altura se trata de um excesso de gente.
É uma pena mas não consigo descrever outro meio que faça com que o Homem perca de vista o seu ego e passe a ter em conta todo o ambiente que o rodeia e que, sem compreensão mútua, sem o sentido de colaboração com todos os outros membros do espaço que ocupamos no Planeta, não se chega a uma vida que, sendo alcançável e seria o desejável para todos, não se atinge facilmente e sem brigas, algumas delas mortíferas…
Cá continuamos à espera de uma mudança do comportamento humano e até que não existam nações que até afirmam, antes de qualquer reunião de boa vontade, que só aceitarão propostas que não alterem os interesses do país que representam. Foi o caso da Grã-Bretanha, não há que esconder!


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