quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

JÁ VIMOS ESSE FILME...

A CENA REPETE-SE -  Já na vigência do Governo anterior, o PS tomou a decisão de transferir para o encargo do Estado o enorme montante reservado pela PT para o pagamento das reformas dos seus funcionários, tendo entrado nos cofres oficiais o que faz parte do montante que tem de ser liquidado mensalmente e durante os anos que se forem seguindo, pelo que essa obrigação terá de ser suportada pelos serviços sociais que se mantenham em funcionamento, o que ninguém garante que se encontrem em situação de cumprir essa obrigação.
Pois agora é a vez do Executivo actual negociar o mesmo, ou seja, receber os milhões de euros que fazem parte do volume destinado ao pagamento regular das reformas referentes aos funcionários bancários que já não estejam em actividade e os que, entretanto, vierem a reformar-se, o que igualmente quer dizer que, se nesta altura tanto numerário cai bem para tentar equilibrar as contas públicas, ao ponto de uma parte desse dinheiro ser o que vai servir de contribuição no pagamento do que está já estabelecido como sendo o subsídio de Natal deste ano, e o restante ser encaminhado para outros compromissos oficiais para os quais não se verificava a existência de meios para tal efeito, mantendo-se essas dívidas que impediam o Estado de enfrentar mais compromissos, alguns deles verdadeiramente imperiosos e que se ligavam à saúde pública.
Seja como for, o que é inevitável é que as situações aqui descritas se tratam de mais um peso que colocamos nas costas dos nossos vindouros, não lhes bastando já o encargo das dívidas de que vão ser herdeiros e os montantes assustadores referentes aos juros que se vão acumulando ao longo do futuro.
Estamos, pois, perante uma situação que se pode considerar como tratando-se de um autêntico afogamento financeiro, não bastando já isso para agora ter surgido a notícia de que estavam escondida nas contas da Madeira, mais dois mil milhões de euros que colocam o nosso País numa posição de imagem que, não sendo louvável antes, agora se mostra mais incontrolável… devido às surpresas.
Que não há dinheiro nos cofres estatais e que há que encontrar formas de preencher essas faltas, tal questão já não se trata de uma novidade, mas o que se tem de estranhar é que as greves que se organizam por aí e são encabeçadas por sindicatos e organizações sindicais que as fomentam e não são capazes de pôr os olhos na realidade e mais encravam a situação negra em que nos encontramos, tudo isso é verdade, pelo que se torna cada vez mais incompreensível que não surjam os responsáveis pelo Executivo e até o próprio Chefe do Estado, claramente a público para declarar que estamos como um família na miséria, em que para podermos almoçar temos de passar em branco o repasto nocturno, pelo que, de uma vez por todas, ou nos compenetramos do quadro em que temos que vegetar ou morremos todos à porta de casa, sem ao menos existir que chegue para o pequeno almoço.
Os jovens que, entretanto, vão encontrando outros poisos no estrangeiro para fugirem ao que não lhes é facultado em Portugal, esses talvez não regressem, não tendo qualquer comparação com os nossos emigrantes de outrora, que esses, ao menos sempre partiam com o desejo de voltar.
Ao menos que se diga toda a verdade aos portugueses e não se ocultem as várias más situações em que nos encontramos nas mais diversas áreas, por forma a que, com a realidade e o estímulo que tem de ser incutido para mostrarmos a toda a gente lá fora que a tal “nossa História”, tão orgulhosamente evocada, não é referida apenas com o sentido de saudade. E o fado, que adquiriu agora a craveira de ser incluído na lista de Património Universal, ao menos que sirva de ânimo, mesmo que todos esses tipos de honrarias não tenham o mérito de incutir sabedoria aos governantes que nos têm calhado. Pode ser que, um dia, algo suceda.

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