sábado, 17 de dezembro de 2011

EDP - QUEM DÁ MAIS?

A CORRIDA À PRIVATIZAÇÃO DA EDP deu ocasião a que tivessem sido quatro os concorrentes estrangeiros que se apresentaram com propostas para adquirir 21,35% da empresa nacional, em que uma candidata chinesa, Three Georges (CTG) e outra alemã E.On, as que, até este momento, ofereceram melhores propostas no que respeita ao valor da compra, ainda que uma firma brasileira, também esta estatal, declare que está disposta a subir a parada, o que faz com que o Executivo português tenha demorado em analisar as propostas para depois as negociar, sabendo-se já que o prazo estipulado para aparecer uma decisão e ser assinado o contrato de venda terá lugar na próxima semana, conforme comunicado feito ontem. No entanto, na Assembleia da República, o Bloco de Esquerda, pela voz de Francisco Louça, acusou o primeiro-ministro de se ter deslocado à sede da concorrente alemã , na sua palavra de que “tinha ido a mando da senhora Merkel”, o que foi desmentido no momento pelo visado. E espera-se que esta afirmação não passe de um ataque políticos sem consequências.
Isto quer dizer que os 600 milhões de euros que o Governo irá receber na data do encerramento do contrato, verba esta prevista no Orçamento do Estado de 2011, caem mesmo bem nas contas públicas, que tão necessitadas se mostram com os apertos sucessivos a que obrigam os portugueses.
A espera em tornar definitiva a apreciação da parte nacional em relação ao eventual vencedor deve-se também ao facto de o próprio Brasil, que se encontra a defender a sua proposição por via do seu próprio embaixador em Lisboa, com argumentos que fazem pensar, como sejam a garantia de que a eléctrica portuguesa “venha a ser a maior geradora de energia eólica no mundo”, ao mesmo tempo que “reforça a posição estratégica na Península Ibérica e na Europa”, para além de outras ofertas que pretendem mostrar um lançamento pelo mundo da EDP na sua área, tudo isso, quando vier a ser revelado com clareza, como se espera que suceda, mostrará a importância da decisão governamental de abdicar da maioria em globo do capital da sociedade anónima de electricidade que se tem mantido lusitana desde a sua nascença.
Tudo isto, afinal, quer dizer que a EDP – que tão cara oferece aos portugueses a energia que todos nós consumimos e que bem carrega todos os meses os bolsos dos consumidores nacionais - tem um boa projecção e que bem poderia, até aqui, ter contribuído para aliviar alguma coisa os bolsos das famílias portugueses. Nem tudo são más notícias que circulam no nosso ambiente pátrio, só que, como sucedeu ao longo de toda a nossa História e de que os Descobrimentos são um exemplo bem explícito – verificamos que nunca soubemos tirar o proveito adequado desses feitos e acabámos por sair com uma perna às costas, e em que nem em todos os sítios deixámos a língua portuguesa bem implantada (vide Goa) -, também no caso da EDP criámos e entregámos a obra já feita a outros de fora.
Mas que, ao menos, venha a ser reconhecido que valeu a pena ter-se dado este passos na situação difícil em que se encontra o nosso País, e que o que será obtido, em dinheiro fresco, com a cedência de uma posição na empresa em causa, no mínimo sirva para aliviar o aperto financeiro que se encontra diariamente a ser dado em noticia pelos governantes que temos. E se fossem outros, que garantias haveriam de que seria diferente o comportamento dos responsáveis do Estado?

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