quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ENQUANTO HÁ VIDA... HÁ ESPERANÇA!

BEM SEI QUE não é fácil suportar todas as agruras que a situação dos países que fazem parte do continente europeu obrigam a sofrer os habitantes, especialmente aqueles que se situam nas áreas mais afectadas pela penúria económica e financeira que, de modos diferentes, atingem uns e outros. E, mesmo com cimeiras ou como lhes quiserem chamar os encontros que se têm realizado, até agora não se verificou uma melhoria notável, tudo por culpa – como eu não me canso de acusar – dos homens que, desde que o mundo é mundo, defendem com todas as forças os benefícios próprios e desprezam as uniões, as que o povo diz fazerem a força.
Mas, mesmo que clame quanto a esse procedimento que tem constituído bastante tema dos escritos neste blogue, uma coisa é lançar-se alertas e outra bem diferente é considerar que não há mesmo solução, quer mais à vista quer se situe bem longe da nossa existência, e que, por isso, o que há a fazer é baixar os braços e insistir nos erros que têm vindo a ser praticados e que conduziram ao triste espectáculo em que nos movimentamos.
No caso português, aquele que mais nos afecta directamente, por muito grave que seja a situação e não defendendo optimismos exagerados de que tudo se solucionará a curto prazo, ainda que lastimemos o grave panorama que se vai deixar aos nossos descendentes, com as pavorosas dívidas que terão de suportar, o que nos incumbe fazer é proceder agora conscientemente e, mesmo que seja demorado o resultado a nossa actuação, que levaremos quatro ou cinco anos até conseguirmos um equilíbrio das contas públicas e, por intermédio da consolidação da economia, diminuirmos sensivelmente o drama do desemprego, apesar de tal demora que estenderá o sofrimento dos portugueses não poderemos baixar os braços e, principalmente os governantes que se encontrarem em funções, esses têm que dar o exemplo da união que é indispensável, pois se as oposições têm um trabalho que é útil para denunciar o Poder do que seja considerado mau procedimento, também ela deve abrir um parêntesis para não interferir no tempo que é indispensável para que as forças públicas procedam nas correcções dos erros que, inevitavelmente, sempre ocorrem, mas que devem ser reconhecidos pelos seus autores, de modo a que não se ínsita nos mesmos, como é tão habitual entre nós.
Não posso deixar de matraquear na ideia que aqui deixei por mais de uma vez, de que as terras abandonadas no interior do nosso País, assim como muitas casas que também não estão habitadas, o que provoca a desertificação de muitas aldeias em que só restam alguns velhos que não têm para onde ir, essa situação deve ser urgentemente solucionada com o convite aos pares de jovens que, mesmo com estudos superiores, não encontram maneira de passar a ser úteis à sociedade, solucionando, de uma vazada, dois problemas: o do desemprego dos jovens, com a ocupação da produtividade em terras paradas e com a anulação do deserto no interior, que não tem nenhuma razão de continuar nessa situação.
Já expus o meu ponto de vista quanto à forma de atrair os casais jovens para uma nova actividade, a da agricultura com ensinamentos e apoios por parte do Governo (vide os “kibbutz” de Israel), com a colaboração, que tem de ser entusiástica, dos diferentes municípios que conhecem de perto essa situação.
O que revolta, devo dizê-lo, é não assistir a nenhuma acção concreta por parte das entidades que têm a seu cargo o actuar rápida e positivamente no sentido de terminar, de vez, com as duas situações que acabo de referir. O meu conhecimento jornalístico do que ocorreu (e ainda continua) no País dos judeus, que se viu na obrigação de, após a sua constituição, ter de ocupar o espaço de que dispunha e ser produtivo, essa forma de resolver esse problema com inteiro sucesso, ao ponto de eu ter encontrado a cultivar terras, a cuidar de animais produtivos e tudo fazer o que antes não era a sua actividade, intelectuais das mais diversas escalas e com línguas bem distintas, mas com um único propósito: o de colaborar na edificação da Terra Prometida com o maior entusiasmo e dedicação.
Não, não foi apenas o facto de serem conduzidos por uma religião. Tratou-se muito mais do que isso e esse exemplo bem pode ser “importado” por nós, em Portugal, sobretudo numa situação que não nos deixa nem tempo nem espaço para hesitações.

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