terça-feira, 13 de dezembro de 2011

É PRECISO PENSAR MELHOR

NÃO RESTAM DÚVIDAS de que as medidas que o Governo tem vindo a tomar e, seguramente, bastantes das que vão ocorrer no ano que se segue, são consequência da grave crise que estamos a sofrer e de cujas culpas não têm faltado as críticas, ainda que não valha a pena chorar sobre o leite derramado…
Quanto a isso e sofrendo como todos os portugueses as consequências dos apertos que são obrigados a fazer ao cinto que segura a roupa, não posso deixar de apontar umas tantas que, pensando bem, poderiam ser evitadas ou aplicadas de forma diferente. O raciocinar correctamente, sobretudo para os que se colocam na posição de governar e ocupam essas funções por sua livre vontade, é imperioso que seja feito e que, em cada medida que ordenam que se aplique, não sem que antes sejam estudados os prós e os contras e escalpelizar todas as outras hipóteses na busca de uma solução que não fira tanto a já tão débil situação do povo português.
E é por isso que, entendendo perfeitamente a necessidade de tudo ser feito para que os dinheiros públicos sejam obtidos por meios, obviamente legais, mas que se considerem como derradeiro recurso e explicando isso, com toda a clareza, aos cidadãos, será por tal razão que me disponho a contemporizar com os meios a que o Governo actual tem de deitar mão, desde que, em primeiro lugar, sejam as despesas, evidentemente com prioridade as inúteis, que têm de ser eliminadas. Mas se não é assim e, ao cabo de mais de seis meses de actuação do Executivo de Passos Coelho, ainda se verifica um claro atraso em pôr ponto final a TODAS as empresas públicas que se encontram a sugar o capital do Estado, para além de outras vias que persistem em desviar o que é tirado aos portugueses comuns para gastos que não deveriam já existir, sendo este o panorama que se continua a contemplar, com absoluta indignação, é óbvio que tem de cair sobre as cabeças dos responsáveis governamentais o cutelo da responsabilização e isso enquanto eles se encontram a ocupar os seus lugares e não depois, em que muitos deles já se deliciam noutras tarefas, geralmente – vide os exemplos de sempre – com posições ainda melhor remuneradas e produto dos favores que tenham feito em empreendimentos que antes foram criados por este e aquele ministro.
Por agora, vou-me referir à determinação já tomada de que, a partir de 1 de Janeiro de 2012, a restauração vai ser atingida pelo aumento do IVA, tendo-se que acrescentar 23% na facturação de tudo que constitua alimento, não só de refeições completas como de um simples café, um bolo, uma sandes e tudo que signifique uma passagem rápida por um café, estabelecimento este que, desde sempre, constitui ponto de encontro dos nossos habitantes, em grande parte por reformados, com mensalidades miseráveis, que nesses sítios, aproveitam para ler o seu jornal… o gratuito, pois que o custo dos diários, também de preço mais elevado, não pode ser suportado pelas bolsas pobres dos que têm muito tempo para se actualizar com as notícias.
Mas, já agora, um pouco de espaço para referir a barbaridade que ocorre com a facturação da electricidade que, a partir do próximo mês, e com o IVA também a 23%, com todas as taxas que carregam o montante do gasto com a energia, significam, se apresentam como este exemplo bem claro: para um consumo real de 34 euros, o total a pagar fica em 66,5 euros, pois toda a diferença de 32,5 euros corresponde a diversas taxas que o Estado aplica para os mais variados fins.
E só mais um apontamento a que o Governo deveria meter mão e que corresponde aos elevados custos dos arrendamentos em Lisboa, quando existem tantas casas por alugar e em que as compras, com o auxílio bancário, já foi chão que deu uvas!
Pois são estes e quantos muitos mais assuntos que deveriam ocupar a atenção dos governantes. Mas, como sempre, falta naqueles lugares alguém que tenha consciência total do custo de vida em Portugal e, por estarmos a atravessar um período muito penalizador, mais útil se tornearia para todos nós.
Não é só este grupo governamental que comete erros. São os seres humanos que reclamam quando estão fora das responsabilidades, pois que se lá estivessem outros o mesmo sucederia. Uma verdadeira desgraça.

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