terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ADEUS CARVALHO...

JÁ ESTÁ DECIDIDO. O secretário-geral da CGTP em funções, deixa no fim do mês esse lugar, depois de um longo período em que desempenhou o lugar com a impetuosidade e consistência que é comum verificar-se nos cargos de ideologia política situada na Esquerda mais radical. Manuel Carvalho da Silva, que iniciou aquela sua ocupação profissional já depois da Revolução de Abril, tendo passado por Angola, em Cabinda, onde desempenhou a tarefa de militar e depois, entre 1978 e 1979, trabalhou numa empresa da Trofa, aproveitou bem a liberdade de tempo de que dispunha na área sindical e, com o ordenado de 1.600 euros mensais, conseguiu licenciar-se em sociologia, obtendo mais tarde o doutoramento, o que, terá de ser reconhecido, constitui uma demonstração da sua vontade de progredir e de se igualar aos adversários que, na escala do patronato, se apresentavam a discutir as questões ligadas ao sindicalismo.
Foi sempre um adversário que, dentro da ideologia comunista, se opôs convictamente às propostas que, quer por parte dos Executivos quer sendo apresentadas pelo chamado patronato, nunca conseguiram levar a CGTP a aceitar as propostas que apareceram em diferentes ocasiões. Agora mesmo, estando em discussão uma tentativa de conciliação no que se refere às horas de trabalho dos empregados, o abandono da mesa da em que as propostas se discutiam, essa sua atitude deixa,. Uma vez mais, a UDP isolada e só ela a tentar encontrar uma porta de saída que agrade a todas as partes.
Pouco mais há a dizer em relação a este homem que, dentro do seu papel de defensor dos que se chama de trabalhadores, como se só os que actuam por conta de outros, os patrões, é que sejam os que exercem profissão, tem exercido as funções também de organizador de greves e de manifestações públicas contra o chamado “patronato”, nessas funções mostrou-se sempre pragmático, o que representou um caminho de que nunca se desviou, mas talvez não tenha nunca tentado e muito menos conseguido que, numa fase como esta que se atravessa, que se evitassem dispêndios que poderiam ser evitados com as tais paralisações que não serviram nenhuma das partes e custaram muito dinheiro ao Estado.
A História dirá se, no futuro imediato, se pode verificar uma mudança para uma situação mais apropriada às circunstâncias, por forma a que, sem que se caia numa ausência de contestação entre parceiros que defendem interesses contrários, o que não seria de todo aconselhável, pelo menos se entre numa fase em a discussão fará nascer a luz e que essa iluminação sirva, acima de tudo, Portugal, o que quer dizer todas as partes envolvidas.

Sem comentários:

Enviar um comentário