sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

NOMEAÇÕES

SEGUNDO FOI ANUNCIADO, estamos num ano em que as nomeações de administradores em empresas que têm alguma ligação ao Estado coincidem e que, portanto, devem ser mantidos ou substituídos com a intervenção do poder público. Acontece isso, por exemplo em sete administrações de empresas ligas ao transporte, pelo que, entre Março e finais de Maio, datas em que ocorrem assembleias-gerais anuais, de acordo com o estabelecido no Código das Sociedades Comerciais. No entanto, de um modo geral, são bastante outras as que se encontram em fase de substituição de entidades responsáveis pelas administrações e em que a intervenção estatal se tem de fazer sentir.
Ora, perante o olhar preocupado dos grupos políticos que se opõem às acções governamentais, tala como dizia eu ontem no meu blogue são esperadas críticas severas, pois é mais do que sabido que a acusação de serem preferidos elementos ligados ao, neste caso, PSD e CDS, da mesma forma que, se coubesse a outro conjunto político estar instalado no Governo, apareceria crítica igual por parte dos que nesta altura exercem essa função. E ainda bem que assim acontece, porque se não fosse a Democracia, por pouco rigorosa que tenha sempre sido utilizada no nosso País, com uma ditadura nada disso se passava. Havia nomeações rigorosamente escolhidas pelos poderes estabelecidos e não ocorreriam críticas, porque as mesmas  não seriam permitidas.
Da mesma maneira, as opiniões que têm sido nesta altura expressas no que diz respeito à maçonaria – e é curioso que, no âmbito da Opus Dei, que é igualmente um grupo que tem características secretas ou, pelo menos, muito discretas, não se vêem referências tão aparatosas -, também aí o Governo tem sido alvo de acusações que se estendem aos deputados, ainda que as tais oposições, essas se colocam na posição de estarem impunes no capítulo de os seus membros não terem nada a ver com a GOL ou com a GLLP.
Com a maior isenção e fazendo como Fernando Pessoa, que se declarou sempre fora da referida maçonaria, mas se dedicou com estudos sobre a sua actuação e a respectiva validade, elogiando-a, a minha opinião é que se trata de uma atitude de pouco senso o pretenderem alguns elementos, especialmente na área do PSD, criar legislação que obrigue os políticos com funções de destaque a declararem se são ou não maçons.
Em primeiro lugar há que deixar bem claro se a actividade das duas organizações maçónicas é ou não prejudicial a Portugal, pelo que se for positiva a resposta teremos que nos perguntar se a França, a Inglaterra e a Alemanha, para referir apenas estes três países, que contam com o maior número de aderentes, muitos deles situados nas mais altas esferas da  actividade política, sobretudo no que se refere à Grã Bretanha em que membros da Família Real não se escondem de utilizar os adereços maçónicos e de seguir as suas normas da liberdade, fraternidade e igualdade.
Quando existe por aí tanta gente que não pratica a aprendizagem da formação do homem bom, fazendo-lhe falta não estar incluído num grupo que se reúna frequentemente para praticar o bom comportamento, é caso para recomendar que se alargue até tal procedimento e que, tal como eu tenho largamente recomendado neste meu blogue diário, deveria ser incluída na aprendizagem que fazem os garotos na instrução primária uma disciplina sobre a prática democrática, para que, quando crescerem, a utilizarem naturalmente, sabendo ouvir e não impondo as suas opiniões sem que alguém as peça.
Só que isso não interessa aos portugueses que, acima de tudo querem impor as suas ideias e fazendo questão em não escutar o que os outros dizem.
Terei razão mais tarde. Como sempre me tem sucedido, dou por mim a contemplar essa incómoda posição de ter por vezes razão antes de tempo…

Sem comentários:

Enviar um comentário