terça-feira, 10 de janeiro de 2012

NÃO HÁ JUIZO

ISTO DE APARECER O NOVO ANO e logo surgirem os optimistas a deitar flores para garantir que 2012 será o princípio do fim da crise, é uma atitude que, sobretudo os portugueses, muito apreciam, pois que gostam de ser enganados e de  estarem mais que fartos de más notícias.
É verdade que carpirmos pelos cantos e andarmos com cara sofredora, rezando às alminhas para que alguém tome conta do nosso destino, tal atitude não soluciona nenhum problema, pelo que os seguidores da posição do sempre a rir serão os que, no meio do maior sofrimento, ainda conseguem manter uma sobrevivência nem que seja fingindo que as desgraças só acontecem aos outros. Razão pela qual a Europa, esse mal comportado Continente, mesmo que, realmente, não se esteja a verificar algo parecido com um espírito de acordo quanto a princípios para que foi criada a Comunidade que utilizou as letras CEE, sendo que existem motivos para perder as esperanças de que alguma vez se concretize a criação dos desejáveis – pelo menos para mim – Estados Unidos da Europa, com todos os países a formarem um bloco de entreajuda colectiva e de defesa dos interesses unificados.
Mas por cá? As circunstâncias que nos envolvem têm condições para proporcionar um mínimo de confiança de que o amanhã, e muito menos a curto prazo, as coisas entrarão nos eixos e conseguiremos proporcionar aos mal tratados, desde sempre, portugueses uma vida que se diga que vale a pena agarrar? A resposta cabe a cada um de nós encontrá-la e, sendo optimista, irmo-nos preparando para uma mudança radical do que tem sido, ao longo dos séculos da nossa vivência, a existência que nos foi e é proporcionada.
Todos os dias, neste rectângulo à beira-mar plantado, se verificam situações que não contribuem para que seja maior o número de confiantes do que dos conformados com as maldades dos homens, em particular da parte dos que têm responsabilidades de gestão das massas populares. E basta olharmos o imenso oceano que nos banha de Norte a Sul, em que até a produção que nos era facultada pelas pescas e por todas as actividades, mesmo essa, num governos assumido por Cavaco Silva e atraído pelo dinheiro que nos foi facultado para abandonarmos os navios das pescarias, assim como o deixarmos de ser agricultores, até essas duas riquezas foram destruídas devido a uma má atitude tomada pelos homens que não foram capazes de contemplar as possibilidades do futuro, atraídos apenas pela riqueza (bem finita) do presente de então.
E, nesta época que atravessamos, do meio da selva de acontecimentos que só nos estão a enterrar cada vez mais, podem-se extrair casos que nos fazem crer cada vez menos nas acções dos ditos responsáveis pela condução da nossa Pátria.
Então não é que, na Madeira, que é Portugal como é qualquer outro espaço dentro da Nação que somos, em vez de liquidarem as dívidas às farmácias, que se arrastam e que atingiram já os milhões de euros, o seu responsável principal, Alberto João Jardim, desviou dinheiro que estava destinado a cumprir essa obrigação e foi pagar obras públicas que são de origem do mesmo chefe do Governo Regional, pois que, tal como sucedeu no Continente, as preocupações principais dos governantes foi a construção de auto-estradas, túneis, pontes, etc., que são úteis, é óbvio, mas só depois da saúde e da educação merecerem o cuidado que não pode faltar.
Com estes comportamentos e, ao olharmos para a actuação do actual conjunto de dirigentes governamentais, quem acompanha com meticulosidade aquilo que vai sendo feito, não se pode inconscientemente aplaudir o caminho que estamos a seguir e manter um optimismo que, por mais recomendado que seja pelo Presidente da República – outro elemento que não contribui para que possamos ganhar confiança em relação ao que nos espera -, só serve para iludir as aparências e fazer os possíveis para que a revolta que nasce sempre quando se abusa do poder, essa que nas ruas só servem para destruir inconscientemente  numa atitude de raiva.
Eu tenho que me deter na lista que mantenho na mente e referente às atitudes irracionais que somos forçados a aguentar, como seja esta agora da greve que está a ser feita pelos trabalhadores dos cais marítimos e em que o elevado prejuízo de milhões que recaem sobre o Estado e sobre as empresas que exportam e importam, numa altura em que a economia nacional se encontra longíssimo de atingirem uma situação de alívio, essa atitude, aliada a todas as greves que têm sido levadas a cabo por diferentes grupos sindicais, só pode aumentar a preocupação que baila nas cabeças da maioria dos portugueses.  

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