quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CONFIANÇA PRECISA-SE

A CERTEZA COM QUE PASSOS Coelho afirmou que não iria ser preciso a Portugal nem pedir extensão do tempo do pagamento das várias dívidas e muito menos solicitar mais empréstimos, essa afirmação tão peremptória pode deixar muitos portugueses descansados, sobretudo os que não se encontram bem ao corrente da situação que nos envolve, mas, aos que fazem contas e procuram seguir com algum pormenor o estado em que nos movimentamos, esse tipo de afirmações aumentam a preocupação e fazem reflectir quanto ao espírito de rigor que se tem de exigir dos governantes.
Bem natural será que, por nada adiantar que nos embrulhemos numa manta de choros e de temores, alguma dose de esperança que saia da boca dos principais responsáveis poderá servir de uma espécie de água benta e de um calmante que sempre produzirá os seus efeitos, dando um pouco de força para que os portugueses, especialmente a maioria que são os mais desprotegidos, sintam menos os efeitos da vida tão difícil que tem sido levada até agora e que se apresenta, ao longo deste ano e, quem sabe, também em 2013, ainda pior de suportar.
Porém, salvaguardado esse intuito, o que tem de facto de preocupar toda a população é a ausência de actuação dos homens que fazem parte dos dois grupos partidários que formam o Executivo de se dedicarem ao que é verdadeiramente essencial e que reside na transformação da economia, tornando-a produtiva e exportadora, e o desemprego que tem de ser reduzido substancialmente, sob perigo de se vir a criar um movimento de revolta que, a exemplo do que se verifica em certos países europeus e que as televisões dão publicidade noticiaria, apareçam os primeiros actos que reúnem protesto e selvajaria, com as destruições que sempre ocorrem quando a actuação é em grupos e, por de trás deles, se conhecem comandos organizativos que se encontram ligados a extremismos políticos.
Se os comentadores (que estão sempre a apontar as necessidades que se verificam nessas duas áreas, incluindo os partidos das oposições), se encarregassem de indicar soluções, mesmo que umas tantas não sejam exequíveis, dado que o diagnóstico de Portugal de hoje está feito há já bastante tempo, e o que se torna imperioso é indicar a cura, visto que se isso fosse feito, em virtude de ser essa a atitude que se torna verdadeiramente útil e urgente executar, já haveria matéria para se poder optar pela medida que se considerasse mais apropriada, podendo então ser o Governo apontado concretamente pela falta de aproveitamento das soluções que surgissem e pelo aparente adormecimento que se tem averiguado num período, como este que atravessamos, em que não há perdão para adormecimentos nem para reflexões  muito arrastadas.
Eu continuo, nesta pouco importante actuação de um humilde blogue, a lançar propostas que poderão ser ou não aproveitadas. E, até demonstração contrária, não as considero como inúteis, pelo que até os comentários que poderão ser deixados após cada um dos textos que aqui deixo, esses farão pensar se, na verdade, se tratam de ideias peregrinas de que nem vale a pena discuti-las.
Enquanto tiver cabeça e computador, aqui continuarei nesta luta tão vazia de glória. Até as poesias que me saem poderão amenizar de alguma maneira os textos que me vão saindo. Como, até hoje, não se paga IVA ou qualquer outra actuação fiscal pela publicação de blogues, cá se irão fazendo. Pela minha parte é o que me resta…
E este ponto de vista ocorre exactamente na altura em que, segundo tudo indica, a conversa havida hoje, quarta-feira, em Lisboa, entre Passos Coelho e Alberto João Jardim (de que só se conhecerão os pormenores das condições que serão impostas a um eventual empréstimo ao Arquipélago para poder cumprir, na próxima sexta-feira, em que terá lugar outra reunião, dessa vez na Madeira), será a base do acordo que receberá a assinatura do considerado culpado de ter aparecido um “buraco” de mais de 6 mil milhões de euros, que foi consequência das obras e luxos a olhos fechados que se realizaram naquele espaço nacional e que ele mesmo tem vindo orgulhosamernte a afirmar que não poria a sua assinatura sem condições que ele considerasse interessantes.
E Passos Coelho lá vai indo a navegar num mundo de propostas que, para causar ainda mais confusão aos portugueses, até fez surgir nesta altura o anúncio de que, na área da electricidade, se deixa de ter obrigatoriamente de ser cliente de um só fornecedor, pelo que as propostas já existentes e as que virão a ser apresentadas em breve, por fornecedores ainda em fase de estudo, procurarão transmitir confiança que, por sinal, é a que mais falta neste nosso rectângulo. Confiar é um exercício que é da maior utilidade quando não existem razões para se estar de pé atrás. E é só aí que a confiança pode transmitir tranquilidade.

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