segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

VERDE

Está verde! Está verde!
é ordem para avançar
depois de longa espera
pode ser que o andar
dê mostras da Primavera
a que depois do Inverno
constitua a esperança
e a fuga do inferno
um sinal de bonança

Está verde! Está verde!
e após o encarnado
que nos travou os pés
sair de tamanho enfado
e mostrar mesmo quem és
dá gozo ao arrancar
estando ao código atento
pois o novo caminhar
sendo livre como o vento
merece tod’atenção
e não faltando alegria
há que não perder a mão
e evitar ventania

Está verde! Está verde!
avancemos, mas porém
ir os sinais respeitando
pois que cada qual lá tem
o seu próprio comando
não há que interferir
na cor que tem cada um
muito menos invadir
o que é lugar comum
tendo sempre em atenção
outro sinal, amarelo,
representa a contenção
uma espécie de apelo
para que não se ultrapasse
o que estipula o sinal
e não se mude a face
por ordem do vil metal

Está verde! Está verde!
embora se possa andar
se não houver empecilho
há que ter tento e mirar
p’ra não ocorrer sarilho
todos têm seu direito
e a minha liberdade
afirmo-o de peito feito
não pode ter uma grade
que trave de ir p’ra frente
os que no mesmo caminho
são como eu e são gente
merecem igual carinho

Está verde! Está verde!
gritarão oportunistas
os que apanharam boleia
no carros dos vanguardistas
que de deveres nem ideia
e de obrigações muito menos
pois julgam que atropelar
pertence aos direitos plenos
de pela vida avançar
pisando aqui e ali
quem estorvar, empurrando,
não querendo ao pé de si
quem sozinho vai andando

Está verde! Está verde!
essa cor não indica
que se pode fazer tudo
de que até se abdica
do respeito e conteúdo
da palavra liberdade
pois se um dia tal acabar
só nos restará saudade
e vontade de chorar

E se por desleixo um dia
a liberdade se perde
já não vale a gritaria
por não aparecer o verde






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