sábado, 21 de janeiro de 2012

MILAGRES

QUEM NÃO ACREDITA que Portugal consiga libertar-se da larga meada de problemas em que está envolvido, só poderá esperar que um milagre solucione tudo o que a mão do homem não deu mostras ainda de conseguir ultrapassar isso que serve de desculpa para tudo e que, mesmo que constitua um motivo de fundo da situação em que o mundo (ou parte deles) se encontra, não será a desgraça absoluta em que se vive.
Mas, no nosso caso, dado que não assistimos a medidas que nos convençam que, pelos nossos próprios meios, seremos capazes de nos libertarmos das dívidas enormes que contraímos e de que não parámos ainda de nos socorremos delas, estando a deixar para os portugueses vindouros, alguns deles ainda não nascidos, o encargo de pagarem, o que, não é preciso ser-se bruxo para prevermos o que acontecerá, e que será uma penalização que levantará muita revolta a quem não contribuiu em nada para que se tivesse acumulado tanto empréstimo, de qu, nessa altura, ninguém entenderá onde é que foi possível bastarem-se tantos milhares de milhões de euros, se for então ainda essa moeda em circulação.
Logo, a tal fé de que um milagre nos poderá salvar é coisa que vai criando seguidores, e isso dentro do princípio tão popular que ensina que “a fé é que nos salva”.
Porém, olhando com alguma confiança para o enorme espaço marítimo que se encontra à nossa frente e, por isso, à disposição daqueles que, com algum sentido de expediente e de oportunidade, albergam a esperança de que, um dia, que não se aguenta que venha a ser muito tarde, se comece a fazer aquilo que custa a surgir na cabeça dos nossos governantes, se resolva, para além da ocupação e exploração das terras agrícolas que foram abandonadas já no regime democrático que se conseguiu após a Revolução, se resolva a tirar proveito da larga mancha marítima, não só com o recomeço do que foi actividade nossa antes de termos ficado deslumbrados com os dinheiros vindos da Comunidade Europeia e em que demos baixa dos barcos de pesca e essa actividade também foi posta de lado – durante a regência governamental de Cavaco Silva -, e se situa na naquilo em que poderá residir a referida acção milagrosa, se descubra que existe nos fundo dos nossos mares e até não muito longe da costa, o precioso produto que torna tão ricos países, sobretudo na zona arábica, mas não só, como sucede ao Brasil e a Angola, que passaram de países pobres a deslumbrantes, pois as zonas onde os possuidores de petróleo e seus sucedâneos dão largas à riqueza surgida, ainda que, infelizmente, apenas os detentores da propriedade e do poder local sejam os beneficiados com as explorações de tais riquezas.
Pois, se a este “milagre” se juntar outro, tão referido aqui neste blogue, e que é o de se começarem já a ocupar e a trabalhar as terras agrícolas abandonadas, com gente nova, sobretudo casais, que também darão vida às  muitas aldeias no interior só com gente velha e casas ao abandono, então a mudança que tanto se necessita que seja operada no nosso rectângulo poderá transformar completamente a imagem do nosso País e, de igual modo, o desemprego terá de diminuir.
Não, ínsito, esta ideia não representa um “milagre”, mas apenas a força de vontade e de empreendimento de que os governantes que temos ou que viermos a ter poderão dar mostras.
O verdadeiro “milagre” reside na transformação que se der nas atitudes dos homens que exercem a responsabilidade de pôr Portugal fora da fila dos atrasados.

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