segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

FERIADOS E PONTES

ISTO DE O GOVERNO ANDAR MUITO PREOCUPADO a acabar com feriados civis e dias santos, da mesma maneira que teve um desmedido interesse em aumentar em meia hora diária o horário de trabalho, é coisa que se entenderia se todo o resto que há para fazer, no sentido de fazer crescer a produção nacional, já estivesse a decorrer na prática e não apenas em manifestações de vontades que os discursos políticos não param de encher os ouvidos dos portugueses.
Não é novidade o que afirmo, pois que o meu blogue ultimamente se tem referido a este tema que, confesso, me ocupa em demasia, sobretudo por não assistir, por parte dos que se encontram à mesa das directrizes a tomar o menor gesto que traduza, na prática, estarmos em Portugal a dar passos significativos em tal sentido, da mesma maneira que a redução dói desemprego não se encontra, pelo menos à vista e na prática, a fazer parte das acções concretas que o grupo PSD/CDS, sentado no Executivo, deveria há muito levar por diante.
Não é a continuar a pedir empréstimos, que só servem para liquidar os anteriores e os respectivos juros, que conseguiremos vermo-nos livres de um encargo que, como afirmou em França o ex-primeiro ministro José Sócrates, não é coisa que tenha de ser  liquidado, devendo manter-se ad-eterneo, pois que o futuro se encarregará de solucionar essa carga vinda do passado (tem graça e não ofende).
Pois, quanto aos feriados, às pontes e à tal meia hora diária de laboração (de que o Executivo já abdicou, por se ter convencido de que, naturalmente, não era coisa que aumentasse a produção, porque o problema do trabalho no nosso País não é que se trabalhe pouco, sendo muito pior do que isso: é que se trabalha mal!), o que se impõe é que se ofereça formação aos indivíduos que, por cá, exercem as funções de dirigente laborais, dado que é aí que reside o grande mal da nossa produção, como se comprova pela actuação dos nossos compatriotas que se deslocam para o estrangeiro para aí desempenharem as suas actividades e que são todos considerados como gente cumpridora e de bom relacionamento. É que, por lá, as greves não têm nenhuma CGTP a propô-las, e embora também se verifiquem reivindicações em favor dos que laboram, não ocorrem situações como a que a TAP, já por mais de uma vez trouxe para a rua, ainda que se trate de uma classe que, comparativamente com a maioria das actividades laborais, recebe remunerações bastante mais altas do que todas as outras.
Mas, como igualmente no capítulo dos transportes, em que as paralisações afectam toda uma população que tem de se deslocar para exercer os seus deveres, o mesmo comportamento só serve para “enterrar” ainda mais as situações financeiras das empresas onde prestam serviço os grevistas, os quais não levam em conta que sempre é preferível não verem atendidas todas as reivindicações do que encontrarem as portas fechadas, de um dia para o outro, e perderem os empregos milhares de reclamantes que deixam de ter a quem apresentar as suas exigências.
Claro que esta linguagem, mesmo provindo de alguém que, noutras épocas políticas e em que a PIDE não era “pêra doce” para os que saíam da linha imposta pelo regime, enfrentou dificuldades, será apelidada agora de direitista, ainda que tenha de ser o bom senso a analisar toda uma situação que Portugal atravessa e se devam por de parte, por algum tempo, as ideologias políticas. E o aviso saído na Imprensa de que nos encontramos numa fase de perigo de banca-rota, nem esse perigo faz reflectir os que, por de trás de bandeiras que os ocultam, se detenham perante o entusiasmo de movimentarem multidões.
Mas depois do mal feito já não vale a pena chorar a penates…

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