sexta-feira, 18 de novembro de 2011

ANGOLA... É NOSSA?

QUEM HAVERIA DE ADIVINHAR que o nosso País, passadas mais de três décadas da sua posição colonialista do enorme território de Angola, voltaria a assumir uma outra figura, isto é, nesta altura em que o número de portugueses quem fazem a sua vida naquela Nação seria equivalente à que se contava na data em que foram forçados a partir para a Pátria lusitana, se bem que um grande número desses então chamados “retornados” tivesse nascido naquele País, mas descerndentes de pais lusos?
Pois a visita rápida que o nosso primeiro-ministro está a fazer a Luanda, para um encontro com o presidente José Eduardo dos Santos, tem como objectivo procurar que investimentos angolanos sejam feitos no nosso País, exactamente ao contrário do que acontecia nos anos de colonialismo. E não foi disfarçada a convicção da nossa parte de que essa vinda de capital e de empresas de Angola servirá de “alavanca para a retoma económica de Portugal”. E também não foram sequer escondidos, nas entrevistas dadas por Passos Coelho a jornais e rádios locais, que o nosso País “via com muitos bons olhos” a participação de capitais angolanos em empresas de relevo nacionais, como sejam a Galp, onde a Sonangol já possui uma posição indirecta de relevo, assim como na TAP, ANA e os CTT. Para além disso, foi admitido pelo nosso representante na visita que foi muito rápida, que o ritmo de emigração nacional para Angola se intensificasse no ano que vem.
Ao mesmo tempo que esta visita decorria, Paulo Portas, na qualidade de ministro dos Negócios Estrangeiros, e com umas declarações proferidas com uma lentidão de linguagem semelhante à que usa o seu colega das Finanças, Vítor Gaspar, informou que vão ser encerradas sete embaixadas e cinco postos consulares que se consideram como sendo susceptíveis de passarem os seus serviços para instituições nossas que se situam relativamente perto das extintas. E foi afirmado também que esta medida representava uma economia de 12,7 milhões de euros.
Assistiu-se assim esta semana a duas atitudes que têm grande influência na posição que o nosso País está a querer desenvolver. Uma, a de promover a vinda de investimentos para ajudar o nosso País a sair da crise em que se encontra e a outra, também no mesmo sentido, a de economizar uma verba importante que era gasta sem se considerar ser de grande valor a situação que se detinha.
E é isto que tem de ser feito e o mais depressa possível, mas não se compreende muito bem que as forças vivas da Nação não tenham dado mostras ainda da importância de pôr o interior de Portugal, que se encontra esvaziado de gente, com gente que tenha possibilidades de, ao mesmo tempo que cuida do desemprego, faz renascer as terras abandonadas que podem e devem produzir.
Aguardemos que isso aconteça brevemente, o ver-se serem dados passos nesse sentido.


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