sábado, 12 de novembro de 2011

O MISTÉRIO DO ONZE

CORREU ONTEM NOS MAILS e também as televisões se referiram ao acontecimento da impressionante demonstração de um caso que só acontece uma vez em cada várias centenas de anos e que é a coincidência dos números que marcam uma data, ou seja, nesta altura, o 11 do 11 de 2011, o que, para muita gente que se vê dominada por superstições, consegue deixar uma impressão de que algo de muito bom ou de muito mal sucederá nesse dia.
Eu, que não sou muito dado a ser crente de sugestões deste tipo, a cartomancias e a adivinhas de futuro, não digo que fico indiferente à casualidade, pois que o facto de estar aqui a redigir um texto que foca o assunto já é a demonstração que estranho a circunstância, mas não ao ponto de ficar dominado pela casualidade, isso não.
Na verdade, uma coisa que prendeu a minha atenção foi ir percorrer as notícias que foram divulgadas na referida data, ontem portanto, para tentar descobrir se alguma coisa de anormal foi divulgada em relação ao mundo e, particularmente, a Portugal. E não consegui descobrir nada que, nesta altura, possa considerar como diferente do que tem ocorrido num período já demasiado longo que dá nota dos acontecimentos correntes. Mas, concretamente no que diz respeito ao nosso País, para além do confronto de palavras que ocorreu na Assembleia da República, pelo facto de ter sido posto à votação o programa do Governo para 2012, o que não representou surpresa porque é costume as oposições marcarem sempre o seu desacordo quanto ao que os partidos que governam propõem, o que se verificou também foi a impressionante notícia de que o nosso Estado é obrigado a cobrar mais1.200 milhões de impostos, posto que se encontra em risco o conseguir-se atingi a meta orçamental para o ano de 2.013, pelo que a Comissão Europeia exige que o Governo garanta receitas fiscais adequadas e faça cortes mais profundos na despesas, dado que está prevista que a recessão portuguesa será a maior da Europa no próximo ano.
A ser assim, e coincidindo esta data estranha dos “11” com a altura em que se divulgaram as referidas medidas pesadas que chegaram de Bruxelas e a que não se pode fugir, temos que nos conformar com tamanho mal e aceitarmos o presságio de que a Europa onde estamos inseridos vai ficar estagnada no período de 12 meses que se prepara para chegar e em que, segundo o comissário da Economia Olli Rehn, afirmou que todos nós, os membros da Comunidade vamos ser confrontados com uma vaga de recessão nunca vista, o que recairá especialmente sobre os exportadores e, nesse caso, num período em que teremos de nos empenhar numa crescida significativa das nossas vendas para o estrangeiro, o que corresponde a algo que nos vai magoar bastante. E como se isso não bastasse, no capítulo do desemprego está já previsto um decrescimento de muitos postos de trabalho, o que, quanto a nós se refere, já estão feitas as contas de que, em 2013, esse mal atingirá um número assustador de 748 milhares de gente sem ocupação.
As mudanças de chefes de governo, na Grécia, na Itália, em Espanha e sabe-se lá que outros poderão também ser afastados dos seus postos de que ainda gozam, também isso coincide com o anúncio propagado hoje, 11/11/11, como para convencer os descrentes destes tipos de concordâncias numéricas de que é melhor não se mostrar tão céptico.
Só falta agora começar nesta altura um desmembramento ainda maior do espaço comunitário europeu, colocando de um lado os incluídos na zona euro e do outro os restantes, de que já existem 17 que não se mostram ser membros dos 27, a totalidade de países completamente envolvidos por um mais evidente compromisso de unidade.
Seja como for, a situação que se vive não pode ser considerada como a ideal para uma perfeita comunhão de todos os participantes de um comunidade de interesses que a todos deve constituir uma obrigatoriedade que só contribui para se verificar uma entreajuda que pode salvar os mais atingidos pela tal crise que, vistas bem as coisas, são a generalidade na Europa.
Ao menos, fora dela, verificaram-se casos de fuga dessa onda devastadora que até parecem não pertencerem a todo o Mundo que não para de girar. A China, o Brasil, parte da Índia, Angola são as excepções que, essas sim, não foram incluídas na circunstância dos três “11”. Aguardemos por outra data que possa ser utilizada como influente de acontecimentos benéficos. O “12”, que calhará no dia 12, do 12 de 2012. Quem lá chegar que tire a prova dos nove…

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