sexta-feira, 11 de novembro de 2011

À ESPREITA

NESTA ANSIEDADE EM QUE ANDAMOS todos nós, cidadãos de um País que, tal como outros europeus, não sabemos o que se irá passar de mais grave em cada dia em que despertamos, sobretudo os reformados – para não referir os que têm actividade profissional e que suspiram para que as empresas onde trabalham não estejam em vias de encerrar as suas portas -, correndo no dia habitual em que as verbas que recebem cada mês costumam estar depositadas nas suas contas, posto que as ameaças veladas que os políticos de serviço transmitem não são nada reconfortantes, pois não basta já a realidade de cada vez mais o dinheiro ser curto para fazer frente às necessidades primárias, para se sentir a angústia de se deparar com a surpresa de se verificar um corte nas verbas que correspondem ao que foi descontado nos salários enquanto o exercício laboral se verificava.
É notório que todos os portugueses mas, neste caso, os reformados, dão mostras de se encontrarem empenhados na redução dos gastos que antes faziam, chegando ao ponto de, por exemplo, o cafezinho que constituía um prazer das manhãs, depois de ser adquirido o jornal do costume, ocupando o período antes da hora do almoço, ambas essas despesas estarem a ser abolidas, o que, sendo mínimas, constituem uma saída de dinheiro que faz falta para outros devaneios.
Nesta altura do ano, em que o Natal se aproxima, os ouvidos são pequenos para escutar o que dizem os responsáveis governamentais e se ficar a saber se o subsídio da referia data natalícia sempre é cortado ou reduzido, pois que se trata de um montante que, por escasso que seja na maioria dos casos, sempre constituiu uma ajuda para sustentar algum excesso ou sobretudo uma anulação de alguma importância pendente de pagar. Mas o que é revoltante é ter tomado conhecimento de notícias hoje divulgadas de uns tantos servidores com lugares de relevo de algumas empresas, até mesmo sob a alçada do Estado, serem beneficiados com salários escandalosos no ambiente de pobreza em que nos movimentamos, como seja o do administrador da companhia TAP, que aufere mensalmente 30.000 euros, assim como Faria de Oliveira, antigo ministro e que, com os seus 22.857 euros, assume as funções de presidente da CGD, como outros tantos que se aproveitam dos lugares chorudos que desempenham para meter ao bolso o máximo que conseguem, essas situações certamente que vão ser alteradas, dada a divulgação de que o Executivo não permitirá que os lugares cimeiros de empresas que tenham a intervenção estatal atribuam ordenados mensais superiores do primeiro-ministro. Trata-se de uma medida que não se pode considerar que não venha atrasada, posto que as restrições que se sofrem em Portugal não começaram nesta altura…
E é precisamente também este o mal que nos rodeia: é que os que têm obrigação de andar atentos às medidas que devem ser tomadas com a devida actualidade, posto que quando se tratam de discriminações e de injustiças – uns com muito e outros sem nada – nunca são tomadas a seu devido tempo, que motivam as críticas dos cidadãos, que não têm força bastante para alterar o que corre mal, quando o local apropriado para que as situações anómalas sejam criticadas, a Assembleia da República, na maioria das vezes é utilizado para guerrilhas de palavras que nada adiantam para atacar o que tem de ser alterado.
Mas este é um assunto que merece ser devidamente focado. Por isso voltarei a ele e não receio que os visados se arreliem por saber que sou eu que os divulgo.

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