segunda-feira, 7 de novembro de 2011

ESTE MUNDO EM QUE VIVEMOS

SERÁ QUE, AFINAL, APETECE olhar para o mundo onde vivemos? Basta seguir as notícias, as que lemos e as que ouvimos, para se chegar à conclusão que não existe um canto que seja onde a vida se mostre agradável e não apresente situações dolorosas para prosseguirmos na nossa caminhada. E não constituirá um pessimismo exagerado afirmar-se que, nunca como neste período onde nos encontramos, os seres humanos, na sua generalidade e retirando as excepções, têm de lutar contra as dificuldades que se lhes deparam, sendo elas de várias origens.
É verdade que o homem é o causador principal das diferentes crises que envolvem a Terra, pois que a sua actuação não mostra que se faça algum esforço para modificar os traumas que atingem todos. Mas não é menos certo que também a própria Natureza tem feito questão de criar problemas graves a tudo que se mexe no nosso Planeta. Depois de um período, neste lado da Terra, que mostrou uma enorme secura, verificando-se a ausência do mínimo de água, agora, no início de Outono, as bátegas de chuva que caem desalmadamente, em especial na Europa e na parte sul da mesma, aproveitam-se de uma habitual distracção dos animais com inteligência, leia-se a população humana, que não se precavêm nas temporadas em que existem condições para tratar das deficiências, de esgotos e outras, pondo sempre as mãos na cabeça perante as “surpresas” que os apanha desprevenidos.
Tem sido assim e, com a maior naturalidade, será de igual forma nos futuros que decorrerão para a frente. E, em Portugal, que é o sítio que nos interessa mais analisar, não são, de modo algum, sorridentes as circunstâncias que se apresentam.
O desemprego, não sendo apenas uma situação nacional, tanto mais que acabou de se fazer a estatística dos habitantes em todo o espaço terrestre, marcando-se os sete mil milhões como sendo o total de viventes, quando, após a segunda guerra mundial, esse número se fixava em redor dos quatro mil milhões, tamanho crescimento que, dizem os que sabem de demografia, não pára de se efectuar, sendo que, com esse aumento, envolve também a explosão da fome por toda a parte e da criminalidade igualmente como é natural, essa circunstância, em relação ao nosso País, que, especialmente na última década, não cresceu em termos económicos e que, aliado a si, consome mais do que aquilo que produz, essa situação obriga a medidas pesadas de austeridade que atingem, como é evidente, muito mais as classes mais baixas deixando os ricos sem grande preocupação, sendo que, especialmente na área da saúde, os cortes que já se efectuaram e aqueles que irão ser feitos, pronunciam um período que se segue em que os doentes vão ter de suportar o pouco que se lhes faça, tudo isso não permite que encaremos o próximo futuro com um mínimo de confiança.
Mas é a Europa, onde estamos situados, que também contribui para que o nosso espaço ibérico se martirize com a falta de líderes políticos que transmitam um mínimo de confiança quanto ao que virá por aí, por muito que se considere que o modelo europeu se encontra esgotado. A falta de um entendimento forte que faça com que os seus parceiros dêem as mãos e se ajudem mutuamente, sem a intenção de se tornarem alguns mais fortes e a impor as suas directrizes, essa tendência maldosa dos homens de quererem sempre ter uma palavra a dizer em relação aos outros não ajuda a que, mesmo encontrando-se muitas nações a lutar com o alargamento da mancha da crise, se vislumbre um mínimo de humildade, o que provoca o desentendimento que reina no nosso Continente.
Apesar de assistirmos ao desabrochar de países que, ao longo de séculos, não se mostraram capazes de grande evolução, agora são eles que surgem com capacidades para se salientarem do que se passa na maioria dos membros da nossa Esfera. A China, que compra dívidas aos países que antes eram a imagem do progresso, o Brasil que está em grande desenvolvimento e a oferecer-se para deitar a mão ao velho seu descobridor e ocupante, Angola, que foi uma das colónias nossas e que, após a independência, bem se sabe que com a ajuda do petróleo, conta já com 130 mil imigrantes portugueses que ali se instalam para aproveitar o crescimento que lá se verifica, mesmo com tal evolução que há anos não se previa, não é por aí que poderemos receber alguma dose de optimismo, dado que o homem sempre está atento onde pode deitar a mão e, logo isso acontece, é sabido que, na primeira altura, desarranja o que foi antes criado, sempre com a inveja a comandar os seus actos.
Não, não é que eu esteja permanentemente contra as acções do ser humano. Mas não me conformo com a maldade que anda sempre a comandar os passos deste ser que, seguindo as Bíblias, veio ao mundo para o tornar melhor e o que os séculos passados mostram é que, não obstante as descobertas científicas que produziu e que têm contribuído para facilitar a presença dos próprios, mesmo assim e ao mesmo tempo se tem socorrido de permanente birras para querer ser mais do que aquilo que realmente é.
Quando este número dos sete mil milhões crescer ainda mais, aí sim é que se verificará como vai ser possível conseguir que vivam todos em harmonia, sabendo-se que as tecnologias dispensam cada vez mais a mão humana, seres que, por sua vez, vivem mais tempo, e em que as pensões dos mais velhos têm de ser pagas pelos jovens que acabam por se revelar em minoria face à velhice.
É catastrófico, pois é. Mas eu nem quero descrever o que imagino que se passará nesse futuro, a que eu, felizmente, não assistirei.

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