segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PACIÊNCIA

AGORA, QUE JÁ TEMOS CONHECIMENTO dos resultados, quer da nossa candidatura em colocar o fado na posição justa e confortável de património da humanidade e que, pelo menos nesta fase, o Sport Lisboa e Benfica venceu o seu adversário de sempre, o Sporting Clube de Portugal, talvez reste algum espaço para analisarmos serenamente o que se passa à nossa volta e que tem a ver com a vida que nos é deixada viver.
De uma coisa não nos podemos furtar e essa é a de estarmos sujeitos às decisões dos governantes que se encontram na altura, neste momento a união do PSD e do CDS. E não servindo de nada optarmos pelo apoio a um partido situado na oposição, seja ele qual for, aconselha-nos o bom senso a não discutir o que o Executivo decide, pois que a situação bem difícil em que a nossa economia, as finanças e o ambiente social se encontra não será a mais apropriada para criarmos obstáculos às eventuais atitudes positivas que surjam no panorama político nacional.
Podemos não concordar e muito menos assinarmos por baixo quando constatamos que as tomadas de posição dos homens que têm a seu cargo, fruto de uma votação que ganharam, não será a mais acertada, mas será mais eficiente pregarmos rasteiras ao Executivo, fazendo-o tropeçar e, com isso, gastar mais dinheiro público sem qualquer proveito, ou, mesmo fazendo entoar o mais alto possível a nossa reprovação, para que possa existir a eventualidade de arrepiarem caminho, e, nesse caso, ainda se poder remediar o pior?
Refiro-me, com esta pergunta, às convocações de greves, especialmente as classificadas com a denominação de gerais, que paralisam o País, este que no aspecto da produtividade se situa numa tabela excessivamente baixa, e que, vistos bem os resultados, só servem para aumentar ainda mais o prejuízo que se verifica nas contas públicas do dia-a-dia deste nosso Portugal, visto que se não conseguimos diminuir as importações e aumentar substancialmente aquilo que deveríamos produzir (se existisse uma máquina verdadeiramente activa na área da produção – que me desculpem a redundância), o caminho que nos espera e está já bem à vista é o ficarmos cada vez mais endividados e a continuarmos a recorrer aos empréstimos que conseguirmos obter de fora, os quais não são infinitos e chegará um dia em que as portas se encontrarem totalmente fechadas e passar a ser ainda pior o estado deplorável em que já nos encontramos.
Perante esta catástrofe não haverá paciência que resista e, nessa altura, como, de resto, está a suceder em muitos pontos do mundo e mesmo na Europa a que estamos ligados, apesar de sermos considerados como “revolucionários pacíficos”, nunca se sabe até que ponto é que se resistirá aos impulsos de revolta que, basta haver uma ponta inflamada, para logo se formarem ondas de destruição maldosa. Com o arrombar de montras e as invasões de supermercados e outros estabelecimentos que não servem para alimentar as populações famintas.
O que ocorreu ontem, no campo do Benfica, em que, acabado o encontro de futebol e já passado até um período largo, começaram a arder as cadeiras que tinham servido de acento aos furiosos pelo Sporting, isso é bem um exemplo de que há sempre os atiçadores de manifestantes que estão preparados para “incendiar” as cabeças dos grupos tidos apenas como reclamantes de boca.
É que razões para que os portugueses sintam uma revolta por assistirem às indiferenças (ou incompetências) das autoridades perante casos que merecem uma intervenção judicial e um castigo severo aos causadores de percas enormes de fundos públicos, devido – não se sabe bem – a falta de capacidade para governar ou, pior ainda, ao aproveitamento das circunstâncias para meterem ao bolso vultuosos valores, tidos como comissões ou outros roubos, tudo o que provoca também a necessidade de aumentar impostos, pois que reduzir os gastos do Estado é atitude que bastante desgosta aos que têm nas mãos o fazer uma coisa e outra, motivos desse tipo, repito, não rareiam.
É tudo uma questão de tempo para se verificar se, perante uma Europa que já se pode considerar como uma vergonha no campo da solidariedade humana, pois que não consegue que os diversos líderes dos 27 países da Comunidade ou mesmo os 17 da adesão ao euro dêem as mãos e façam tudo para que se forme uma união completa do interesse básico que é o de se defenderem uns aos outros, por este andar basta começar o distúrbio popular num dos parceiros para, isso sim, logo se pegar aos restantes, visto que a união para o bem esse não é viável, mas a junção de revoltosos, como uma sarna peganhenta essa se alastrará sem fronteiras que as travem.
Avisos não faltam. O que não se vislumbra é o bom senso que, seja qual for a língua em que se empregue, parece ter desaparecido dos dicionários.
A paciência tem limites e, anos mais tarde, os historiadores contarão o vergonhoso acontecimento da desunião que reina neste Continente que poderia ser exemplar.
Antes de terminar apenas repito aquilo que tem tenho defendido há imensos anos e que, nesta altura, mais se justifica que se crie: que os dois países da Península Ibérica, num exemplo de humildade e de bem-fazer, surjam unidos abertamente perante todos os parceiros europeus e, tal como a França e a Alemanha que fazem o seu jogo que poderia ser mais útil à causa, clamem por uma unidade bem estruturada e batam a todas as portas dos outros membros na tentativa de os alertar para o grande mal que está a romper e que marcará o fim de um ideal que possuía à nascença todos os ingredientes para constituir uma verdadeira força d e estados unidos.
Ainda haverá um pouco de paciência para que este passo possa ser dado. Mas não será por muito tempo!

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