segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

NEM COM PASTEIS DE NATA!

ATÉ O TEMPO QUE NOS É OFERECIDO, com uma falta de chuva que apavora em relação à produção que, sendo já por si bem pouca, ainda serve de desculpa para os nossos campos se mostrarem tão rasos de verduras, pois nem mesmo isso se consegue salvar da onda negativa que está a dar por cá.
É um facto que a Europa toda ela se queixa do mesmo e se vê, neste Fevereiro, a braços com a neve, o gelo, portanto as baixas temperaturas que, sendo naturais nesta época, bem poderiam ser menos agressivas para que os homens não se entregassem a um desespero que não dá ânimo a ninguém. Pelo menos é o que ocorre neste Portugal, que não escapa ao turbilhão de coisas más que andam a juntar-se para que os naturais e habitantes deste rectângulo tenham cada vez mais vontade de partir… seja para onde for, pois que o andarmos aqui a lutar contra a recessão já chega para desanimar o mais optimista.
Quando até os bancos estabelecidos dentro de portas andam de mãos na cabeça face aos prejuízos que nesta altura foram divulgado, não sendo apenas o BPN a exibir o “buraco” que atinge os 5,3 milhares de milhões de euros, montante este que já foi injectado pelo Estado, sendo que tal valor ultrapassa o montante de depósitos existente na referida instituição bancária em 2008, um mês após a nacionalização. Isto, traduzido em assunto prático, quer dizer que o BIC, banco angolano que está disposto a tomar o lugar do outro, se encarregará de acolher os 750 funcionários que transitam do BPN e um total de depósitos que ascendem a 1,8 mil milhões de depósitos. Este o quadro que finaliza a operação que Mira Amaral, antigo ministro da nossa governação e agora presidente da instituição de origem angolana, se compromete a absorver.
Mas, se fosse apenas este caso retirado do ambiente bancário, a coisa já chegaria para chamar a atenção dos economistas e politólogos que circulam por aí. É que, no tal caso de toda a banca privada portuguesa, os prejuízos de todos os estabelecimentos dentro da nossa bandeira, o BCP, BES e o BPI,  atingem os 1,1 mil milhões de euros, resultado histórico que bem demonstra como a situação a todos os níveis económicos e, neste caso, financeiros, se deixou cair numa situação deplorável.
Mas, por outro lado, a Caixa Geral de Aposentações, no final de 2011 apresentava um total de 5.226 pensionistas considerados “milionários”, ou seja precisamente reformados oriundos do sector bancário que auferem entre 5.500 euros e os 7.300 mensais. Por aqui se vê como as nossas “cabeças pensantes”, as que têm a função de utilizar todo o bom senso para reger os problemas nacionais, sobretudo nesta fase tão melindrosa, não tem capacidade para endireitar o que anda bem torto em Portugal, não sendo isso só de hoje mas vindo de períodos transactos que vão ficando sem se lhes tocar.
Pasteis de nata para exportar, sendo um pequena coisa a poder pesar na nossa balança de pagamentos, bem poderiam ser esborrachados nas caras daqueles que, gulosamente, exploram as nossas já tão reduzidas potencialidades de levantar, um pouquinho que seja, a nossa cabeça.
Há quem se mantenha optimista? 

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