quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A PEDIR - ATÉ QUANDO?

SERÁ QUE AS NOTÍCIAS que surgem de vez em quando, de que foi concedido mais um empréstimo a Portugal, merecerão o nosso entusiasmo, como esta agora da nova tranche de 14 mil e 600 milhões de euros que entrarão em breve nos cofres do Estado e que levarão o destino que é o normal e corrente de todos os anteriores favores em dinheiro e que os organismos estrangeiros que os concedem terão apontado nos seus canhenhos de devedores, contabilizando logo os juros que são atribuídos e tendo em vista a data em que os respectivos  montantes deverão regressar à base?
Bem sei que se trataram e tratam de aflições da nossa parte, que impõem a necessidade de estendermos a mão à caridade, não se podendo chamar de uma esmola, pois que é evidente, que se tem de classificar de um auxílio que nos é concedido e que, se forem cumpridas integralmente as condições postas, se colocará na lista dos negócios bem lucrativos para as partes que abrem os cordões à bolsa. Mas todo o longo e pesado enredo que tem ocorrido com o chamado caso da Grécia, esse poderá criar situações complicadas aos respectivos credores, dado que é mais do que evidente que a ausência de meios para aquele País repor, nos tempos que foram estabelecidos, as dívidas que tem vindo a contrair, essa situação poderá deixar outros parceiros do grupo europeu em circunstâncias de bastante debilidade financeira, fechando-se a porta para outras atitudes semelhantes que venham a ser colocadas a pedir ajudas semelhantes.
Seja como for e agora que já se tornou público que existem outros países que se seguirão ao estado a que chegaram os gregos -  grupo esse em que Portugal se inclui –,  em virtude de não se ter conseguido que a Europa se tivesse preparado para formar uma equipa que se ajuda mutuamente, não deixando que nenhum dos seus membros caísse na posição de necessitar de favores financeiros que os libertassem daquilo a que se dá o nome de bancarrota, face a essa realidade o que se pode vislumbrar do que ocorre neste nosso Continente é que se encontra cada País do grupo dos 27 entregue às suas próprias mãos, o que quererá dizer que, se se deixaram entregar a um descontrolo condenável das suas possibilidades financeiras, isto é, que gastaram mais do que deviam e podiam, então, na situação derradeira, não poderão salvar-se pelos seus próprios meios e o resultado não vai ser o da salvação continental, deixando que sejam países extra europeus a aproveitar as circunstâncias e a instalarem-se, de armas e bagagens, a dominar a situação.
Poderá ser considerada esta perspectiva como tratando-se do maior pessimismo que poderia ser aplicado. E é, de facto. Mas não será aconselhável que estejamos todos preparados para o pior – que até pode não ser -, como seja, por exemplo, o caso da China que, com as suas farturas de todas as espécies, poderá dar uma volta completa no que ocorre da Europa?
Púnhamos, pois, as nossas imaginações a funcionar, de forma a podermos antever o que tem possibilidades de passar-se, lá mais para o futuro…

Sem comentários:

Enviar um comentário