sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

TERRA AGRÍCOLA ABANDONADA

POR ESTES DIAS alguma imprensa deu conhecimento que, por causa do desemprego que alastra por toda a parte, são cada vez mais os jovens que mostram desejo de se dedicarem à agricultura. E, naturalmente, no meu caso, que tenho, desde há um certo tempo neste blogue, propagando esse caminho para dar trabalho aos, sobretudo casais, que mesmo que disponham de uma escolaridade que seja muito diferente da dos conhecimentos de agricultura, têm essa via para serem úteis a duas causas: a de solucionar o abandono das terras agrícolas que se sabe existirem em larga escala, sobretudo no interior deste nosso País, e em darem emprego aos muitos milhares que, nas cidades, não conseguem encontrar quem lhes dê emprego
Mas repito: quem me lê neste blogue que preencho diariamente, sabe que umas da lutas que abracei na situação em que o nosso País se encontra tem sido precisamente essa de encontrar forma para o Governo atacar esses dois problemas com toda a convicção de que o resultado terá de ser positivo. Logo, modéstia aparte, chamo para mim o mérito de ter sido útil nesta tarefa de exprimir o que considero merecer atenção muito especial, apesar de não assistir, por parte dos governantes que temos, nenhuma acção que concretize o que está bem à vista que deve ser feito.
Na verdade, não posso deixar de criticar a moleza que o Executivo comandado por Pedro Passos Coelho (porque do anterior já nem vale a pena perder tempo com acusações) tem dado mostra, ignorando atacar a ferida, que não é apenas pela via dos impostos altíssimos que têm estado sempre na orientação do conjunto de membros que o rodeiam, que o caminho certo se encontra. A recessão exagerada a que se chegou (vide o caso da Grécia, que pode bem servir de exemplo) não é a mais indicada para solucionar os nossos dois problemas principais – a falta de produção e o desemprego -, posto que a situação assaz difícil que tanto necessitamos, essa tarda em ser aplicada, e, pelo caminho que as coisas levam, é caso para se terem as maiores dúvidas de que será com estes governantes que daremos a tão desejada volta.
Mas, cuidado, se por acaso a decisão em questão acabar por chegar, não basta que seja feito o convite para que toda a juventude a residir à beira-mar e nas cidades principais se decida a fazer a caminhada para a interioridade lusitana e procurar enveredar pela área da agricultura. Não, se as instituições governamentais não tomarem esse assunto a peito, incentivando as câmaras municipais instaladas nos meios rurais e as Juntas de Freguesia a juntarem-se num programa de absoluto interesse nacional, predispondo-se a servir de condutores dos que se propõem a passar a ser residentes, ao mesmo tempo que o Ministério respectivo se deve dispor, com os seus técnicos que se encontram instalados nas secretárias e os seus engenheiros agrónomos, que também são simplesmente escriturários, não forem para o terreno para ensinarem como se trabalha a terra, isso conjuntamente com a disponibilidade das muitas casas abandonadas e fechadas que devem ser postas à disposição dos casais que se comprometam – e é mesmo um compromisso de ir e ficar e não uma atitude passageira – a trocar a vida nas cidades e abraçar a nova profissão, e para isso, para além de se darem as lições é forçoso entregar as ferramentas que são indispensáveis para trabalhar a terra, assim como as sementes, tudo isso tem de constituir um conjunto que o Estado tem de entender que lhe pertence dirigir.
E, para além disso, igualmente com a participação das cooperativas agrícolas, é forçoso que sejam criadas as cadeias comerciais que garantam a colocação dos produtos agrícolas produzidos, quer no interior do País como nos diferentes postos externos que contribuam para ter posição firme na área das exportações, e não deixo de repetir que, se não sabem os nossos governantes como isso se faz, pois que peçam o auxílio de Israel – estou farto de dizer isto e não tenho nada a ver com o judaísmo, pois trata-se apenas de recorrer a quem sabe -, que esses são mestres em organizar aquilo que deu a forma de vida a um País que, acabado de nascer no século XX,  conseguiu ter um papel de relevo reconhecido por todo o mundo “não árabe”.
Não sei que fazer mais para convencer este Executivo de Passos Coelho a deitar mãos à obra e a fazer um serviço que não tem nada a ver com as medidas que tem levado a cabo de castigar, cada vez mais, os portugueses com sacrifícios que não apresentam resultados que mereçam ser louvados.
Pode ser que alguém dê a conhecer aos homens do poder que esta via deve ser estudada rapidamente e posta em prática com eficiência, posto que Portugal não vai resistir mais tempo aos sacrifícios que lhe estão a ser impostos sem que se veja a menor luz ao fundo do túnel da incompetência.
Considero terminada a missão que impus a mim próprio, pelo que ficarei a aguardar que os homens do Governo, em lugar de perderem o seu tempo a assistir a espectáculos no Teatro Nacional D. Maria II, como se viu na RTP de anteontem, e em reuniões vazias de resultados que só servem de propaganda inconsequente que continua a ser feita. Basta de disfarces de que se está a fazer alguma coisa pelo nosso País, havendo que dizer que nem os responsáveis governamentais nem os opositores políticos têm sido capazes de apresentar propostas que convençam que, uns e outros, aliados ou em briga permanente, levarão, ainda que demasiado tarde, o nosso País ao lugar que tem o direito de ocupar.
Está bem visto que, com esta matéria-prima de que Portugal dispõe, não há esperança que resista…

Sem comentários:

Enviar um comentário