terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

UMA EUROPA ASSIM - PARA QUE SERVE?

OS ACONTECIMENTOS QUE OCORREM sucessivamente, não permitem que os que, mesmo que não queiram, se encontram atentos ao que pode ter ou vir a ter influência na vida dos portugueses, não têm folga para se descontraírem e encontrarem alguma benevolência no andamento do caminho que nos conduz ao futuro que, ainda por cima, não está tão longínquo que sejam apenas os vindouros que se terão que preocupar com o que lhes bata à porta. A nós, os que nos encontramos já a sofrer as consequências das políticas que os governantes consideram ser inevitáveis, pois que a ameaça de que se não procederem como o fazem nesta altura, pior seria ainda a situação com que nos debateríamos aqui em Portugal.
Uma verdade que tem de ser aceite é que, se fossem outras as individualidades que se encontrassem à frente dos destinos políticos da nossa Nação, não seriam muito diferentes as consequências das suas acções, posto que, verdade seja dita, o ponto a que nos deixaram chegar não oferece saídas do buraco em que estamos encafuados. Poderiam haver atitudes que não nos fizessem reclamar tanto, por serem bem evidentes os erros que estão a ocorrer, mas o saldo final, esse, por mais que nos esganiçássemos a proclamar as nossas queixas, não desviaria muito daquele que nos está a aguardar friamente. Dívidas e mais dívidas é o que nos cabe solucionar.
Afinal, o facto de estarmos incluídos num agrupamento que foi criado com um objectivo bem delineado, o de as Nações nele inseridos não deverem voltar as costas umas às outras, antes se protegerem em conjunto das situações que as atingissem, fosse por culpas próprias ou por circunstâncias de outras origens, o que deu azo a que a moeda única constituísse uma forma de fortalecer as posições de cada nação independente, isso é evidente, e as negociações com países fora do chamado Eurogrupo, essa posição que, obviamente, tem de pôr de lado invejas entre parceiros e muito menos indiferenças no que respeita às dificuldades que ocorressem nos parceiros dessa união, ajudando-se mutuamente sem qualquer preconceito e não alimentarem a preocupação dos que defendem doentiamente a característica de não se colocarem à mercê das directrizes que possam surgir dos parceiros mais bem situados, e por esse motivo não se abrirem ao diálogo e à revelação das dificuldades que atravessassem para poderem ser ajudados pelos mais fortes.
Verificou-se sempre, da parte dos tidos como mais fechados em si mesmos, uma certa desconfiança que ia impedindo as melhoras nas acções que fortalecessem as relações entre os que são agora 27 membros. A aceitação da moeda única, do euro que tem feito frente ao dólar e se colocou acima da sua valorização, foi um dos elementos que uns tantos membros da União deixaram para posterior apreciação. A Grã-Bretanha foi um dos membros que não deixou que a sua libra se submetesse à moeda que os europeus “inventaram”. E o mal foi que se não se tivesse aceitado a sua integração, assim como aos outros que seguiram as mesmas pisadas, pois que deveria ter havido a coragem de deixar de fora os que se escusaram a essa norma, talvez o panorama não fosse o que se vê hoje.
O resultado de tudo isto e já depois de passados muitos anos é que não se verificou o sonhador passo fundamental, ou seja o de terem sido criados os Estados Unidos da Europa, como se tornava fundamental para que a união fosse mais concreta e indestrutível, após instituídas as normas que formassem a obrigação de todos os membros prestarem contas uns aos outros, isso sem perca das características próprias de cada nação.
Mas a dificuldade surgiu quando os seres humanos puseram em prática o tal “sonho” e quando surgiu o receio de que houvesse intervenientes estranhos a cada membro, o que retiraria o tal “orgulho” que vem sempre ao de cima, de serem os próprios naturais de cada área a mandar… ainda que mal.
Estamos, pois, nesta altura na situação de não podermos contar com a ajuda de ninguém e o que se está a passar com a Grécia, tenha ela culpa ou não do estado em que se encontra, é bem a prova de que o tal sonho europeu não se concretizou e, tudo indica, não chegará nunca à cena. Mais uma ajuda monetária, da ordem dos 100 mil milhões de euros, que será a que aquele País necessita, tal passo que cabe à Europa comunitária prestar ou não, é o que na actualidade se encontra em equação. E a Europa mostrará se vai dar esse passo ou se deixa que os gregos saiam da comunidade do euro.
Venham, portanto, lá os chineses ou quem seja, mas de dentro do nosso Continente é que não se encontrará a solução que é tão importante. Se tal não acontecer, então bem se poderá encarar a realidade. E é bem triste tal situação.

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