segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

OS PASSOS QUE AINDA FALTAM

A TROYKA. QUE CONSTITUI uma ameaça para muitos portugueses que a culpam de ser a responsável pela vida mais que difícil, até insuportável que atravessamos e que, cada vez que é anunciada a sua visita, novas medidas de afogamento são postas em prática, dado que temos sido uns obedientes alunos e os governantes suportam a tese de que só assim é que poderemos prever alguma libertação futura, exactamente por mostrarmos que somos cumpridores, esse conjunto de uma espécie de polícias e juízes tem-nos cativos, depois da Grécia, com resultados que, vistos à distância, não proporcionam um mínimo de tranquilidade, pois que, embora o comportamento do povo grego não se possa comparar ao que poderemos ter ou vir a ter (nunca fiando…), pois tal grupo de fiscais continua a ser bem recebido em Portugal, pelo que essa boa recepção prestada por nós (quem sabe o que irá na cabeça de Passos Coelho?), não será uma maneira de irmos acumulando razões que servirão para, em tempo oportuno, os governantes nacionais apresentarem as suas razões, comprovando que não é possível prosseguirmos neste aperto calamitoso que nos é imposto e que será chegado o momento para renegociarmos montantes da dívida, juros e prazos de cumprimento, o que acabará por constituir um acordo com as propostas que, desde o primeiro minuto, têm sido proclamadas pelos partidos da Esquerda.
E, se bem que neste blogue, se tenha alvitrado essa renegociação ainda bastante antes de se ter levantado tal proposta gritada no Parlamento, mesmo assim e nesta altura do “campeonato” tenho de prestar um certo acordo à forma como o Governo tem encarado o problema, posto que, se bem que tenha que arcar com todo o odioso que uma grande parte da população nacional lhe dispensa, manda a realidade que se olhe com determinado sentido de oportunidade e que, não referindo aqui o que se tem de apontar de errado na acção governativa, neste particular não ocorre outra medida que não seja a de apertar o cinto no mais que seja possível, começando obviamente pelos gastos em todo o sector da administração pública, o que, também não se pode ignorar, têm tardado demasiado tempo em serem postos em prática.
O passo dado agora (e só agora!...) no corte dos cartões de crédito aos governantes, constitui, oito meses depois da tomada de poder dos elementos governamentais, tem de ser encarada como positiva. Mas isso não chega. Há ainda muito que pode e deve ser eliminado das modormias de tais “servidores” do Estado. E isso, como eu tenho aqui afirmado repetidamente, actuando no que deveria ter sido logo uma das acções no princípio da actuação dos elementos dos ministérios.
Era acabar com a duplicação e até mais do que dois automóveis, com motorista exclusivo, isso sobretudo nos casos em que vários dos directores gerais, que beneficiam desta facilidade, quando o natural seria montar-se um sistema de central de viaturas a que seriam requeridos transportes sempre que necessários e os motoristas seriam os que estivessem disponíveis, sem necessidade de existirem muitos condutores exclusivos que ocupam o dia a dormir à espera…
Mas a turma de Passos Coelho que andam sempre a clamar pela falta de propostas que mereçam o seu acordo, será que este blogue não é lido por nenhum dos múltiplos assessores que estão ao serviço das várias secretarias de Estado e ministérios?
Não é crível que isso suceda, sobretudo porque neste espaço não se poupam críticas a todos os membros dos diversos ministérios.
Aquele maldito “saco azul” que existiu sempre no tempo de Sócrates e foi transferido para o actual Executivo, e em que, para além dos cartões de crédito agora eliminados, também existe uma rubrica de “fundo de Maneio” para efectuar despesas sem necessidade de orçamento prévio. E muitas despesas abusivas foram feitas pelos membros socratianos, tendo sido objecto a críticas por parte do Tribunal de Contas, mas até agora não se viu ninguém ter sido chamado “às pedra” por excessos e não justificados gastos.
Digam lá se a Troyka não é indispensável para deixar a descoberto tais abusos!
Neste momento de festejos de Carnaval, enquanto o País se rebola com as danças e cantares que ocorrem de Norte a Sul, e de que Passos Coelho deu uma prova da sua falta de cuidado em anunciar medidas, sem estudar antes cuidadosamente vantagens e inconvenientes, e não ter ao seu redor quem lhe aponte as consequências do que assume, o grupo dos da Troyka encontram-se por cá à volta dos papéis e sem gozar a dispensa por “tolerância de ponto”.
Que pensarão esses “trabalhadores”, apesar de terem remunerações de ricos…

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